Acompanhar as redes sociais nos revela o nível de estupidez ao qual essa campanha tem levado muitas pessoas
Por necessidade, uso as redes sociais – principalmente whatsapp, instagram e o Linkedin. Com exceção do último, as demais se transformaram em uma grande e enauseante latrina vocabular, onde a falta de educação ombreia com a incapacidade de uma escrita com o mínimo de correção ortográfica – e já nem digo e nem falo da pobreza vocabular.
E não é privilégio nem de um ou de outro lado dos muitos em disputa o uso de expressões chulas e argumentos torpes – algo que denota a incapacidade que hoje é norma na hora de formular um argumento. Como não sabem o valor do silêncio, ocultam-se por detrás de apelidos ou de perfis fakes para, destrambelhadamente, praticarem toda sorte de atrocidades.
A vulgarização de conceitos como dignidade e respeito não é, ainda que muitos assim sintam necessidade de pensar, privilégio de ninguém. O que se observa – e falo com a tranquilidade de estar em comunidades de praticamente todos os candidatos – é que, a cada novo dia, o trem fica pior, o caos se torna regra e a estupidez, uma norma oculta, mas vigente e largamente usada como plataforma pessoal.
Vivemos uma situação paradoxal: nunca tivemos tanta liberdade de falar, pensar e nos expressar. E nunca nos deparamos com tamanha dificuldade em usar esse arsenal em favor do conhecimento. Proliferam as banalidades mais torpes e vem à lume o lado mais pérfido da alma humana: a insensatez em sua plenitude.
Aonde vamos chegar?
Não sei e confesso que tenho medo em exercitar qualquer futurologia. Também não acredito que isso tenha surgido com a campanha eleitoral, ainda que ela possa ter potencializado o fortalecimento da bestialidade humana. Mas a verdade é que há um convite permanente à barbárie, como se viver civilizadamente fosse uma ignominia.
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