Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

FGTS precisa virar 14º salário e não continuar alimentando a indústria da corrupção

por | 26/07/2019 | 0 Comentários

Portais e jornais revelam que o FGTS está com problemas para manter o financiamento de obras de infraestrutura e construção. Faltou dizer de quem é a responsabilidade

A mídia reitera seu compromisso com a desinformação ao tratar de assuntos em qualquer nível, o case do dia é o rombo do FGTS descoberto porque o governo de Bolsonaro resolveu dar ao trabalhador o direito de sacar parte daquilo que é seu. Os portais, jornais e revistas falam da crise e não têm coragem de situá-la no tempo e espaço, mostrando que o quadro chegou a esse estágio exatamente pela má gestão dos recursos do Fundo ao longo dos governos de esquerda, quando o usaram como fonte de benesses e bondades.

Basta pesquisar os programas que foram financiados com esses
recursos e se verá que na realidade muito dinheiro foi jogado no ralo – com retorno
improvável e causando prejuízos ao FGTS. Não é preciso ser economista para entender
o que está acontecendo – fruto da irresponsabilidade e do populismo que se
tornou regra com FHC e se aprofundou nos governos da cleptocracia lulo-petista.

Na minha opinião, o FGTS deveria ser transformado em uma
espécie de 14º salário. Levando em conta que sua contribuição varia entre 8% e
11,2% do salário do trabalhador, creio que o acumulado em 12 meses (para quem
trabalhou nos 12 meses anteriores ou o correspondente ao que foi trabalhado) deveria
ser pago no mês do aniversário do contribuinte.

O Governo apenas administraria o valor da poupança e o que
excedesse ao valor do salário base do trabalhador, esse sim ficaria retido no fundo.

Qual a lógica que tem o governo ficar fazendo caridade com o
dinheiro do trabalhador?

Qualquer zé ruela sabe que R$ 1 mil na mão de um trabalhador
significa R$ 1 mil na economia – quer pagando contas atrasadas, quer comprando
carne para o churrasco ou em alguma melhoria para sua casa – além de roupas e
objetos pessoais. Ou seja: esse dinheiro faz a economia girar.

Mas e como ficam a construção civil e as obras de
infraestrutura?

Simples, vai para o mercado, busca captar dinheiro no
mercado externo – vá que tenha algum fundo tão otário como foi o BNDES nos
governos da roubalheira emprestando a 2% ao ano para Angola?

Quem trabalha em grande escala, sabe que tem dinheiro a rodo
no sistema financeiro internacional, pedindo para ser usado – o problema é que o
dinheiro que for pego como empréstimo lá fora precisa ser pago, não pode ter
calote como tem no Brasil, como é hábito dos empresários brasileiros. Basta ver
a generosidade com que a MRV, por exemplo, torra dinheiro patrocinando times de
futebol. Esse valor do patrocínio é, na verdade, dinheiro do FGTS – de modo
direto ou indireto.

Você, caro leitor, sabia que Belo Monte foi financiada com
recursos, entre outras fontes, do FGTS? Você, estimado trabalhador, autorizou
que o governo da cleptocracia colocasse o seu dinheiro em tal investimento? Ou
seja: o governo usa o dinheiro do trabalhador para financiar a sua própria
corrupção. E o desafio do governo Bolsonaro é acabar com esse tipo de ação
criminosa.

E Belo Monte é apenas um dos milhares de projetos
financiados com o dinheiro do FGTS, dinheiro esse que deveria voltar anualmente
para o bolso do trabalhador, volto a dizer, na forma de um 14º salário.

Ao anunciar a liberação do saque, talvez sem querer
Bolsonaro jogou luz sobre um setor que, por não estar na pauta da mídia, sempre
foi um butim ao dispor de empresários inescrupulosos, políticos ladrões e
outros interesses obscuros que começam a se desnudar.

Reitero: o FGTS é do trabalhador e para o trabalhador e não
cabe ao trabalhador financiar programas assistenciais ou ver o governo drenar
seu dinheiro para o bolso de quem muito já tem.

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