Ao optarem pelo esquerdismo para agradar ao que ainda resta de sua militância, partidos revelam a incapacidade de conviver com a realidade
Por Alfredo Bessow
O histórico do PT é um prato cheio, onde se sobressai desde sempre o hegemonismo que a sigla tenta impor sobre todos os campos da vida nacional. Egocentricamente centrado no próprio umbigo, o PT aposta na sabujice de sua militância para amplificar e repercutir nas redes sociais as diatribes e insanidades de seus dirigentes. Vício herdado e alimentado desde os tempos de movimento sindical, para os petistas toda e qualquer eleição que não aponte a vitória da sigla é sinônimo de fraude.
Como não relembrar a pérfida atuação do PT ao longo dos anos, sempre preocupado em marcar posição – algo que seria legítimo se fosse decorrente de uma leitura da realidade e não a mania do “nós contra eles”. O problema dos boicotes engendrados pelo PT é que “eles” sempre vencem.
Lembro de uma das tantas conversas com meu filho sobre as pichações que existem nas emporcalhadas paredes da UnB – e que devem se repetir nas emporcalhadas paredes de outras universidades e escolas Brasil afora. A realidade sempre negou as palavras de ordem pichadas: não vai ter impeachment – teve; fora Temer – Temer ficou; Bolsonaro não vencerá – venceu. O PT e muitos petistas – e aqueles de siglas aderentes que oscilam entre a mentalidade juvenil que perdura muito além do tempo, ou a senilidade precoce de quem não se deu conta de que mudar de ideia pode ser algo salutar. Basta para isso ter ideias…
O PT vê no boicote um ato político, quando não revela nada além de sua esquizofrênica dificuldade de aceitar as regras do jogo e viver segundo elas. Foi assim quando em 1988 não aceitou assinar a nova Constituição, depois quando tratou de boicotar de todas as formas o governo de Itamar e a detonar o Plano real (algo que conseguiu fazer ao chegar ao poder e nele se esbaldar na convivência perversa com a corrupção), repetiu a sina de avestruz ao se posicionar contra a LRF (enterrada pela trinca Maia – Renan e Temer).
Olhando pelo resultado histórico daquilo que foi boicotado pelos petistas nas últimas décadas, é um bom augúrio ao novo governo começar sendo boicotado pelo PT (e sabe-se também pelo Psol) – porque ajuda, facilita a compreensão por parte do eleitor sobre quem quer o bem do Brasil e quem deseja, torce e lutará contra o governo que foi eleito pelos brasileiros.
A adesão do Psol e do PCdoB revelam-se comicas, porque ressaltam que as siglas vivem para ser uma espécie de puxadinho do petismo, uma sub-legenda com a mesma incapacidade de compreensão da realidade, preocupado com o fundo partidário, um depósito de quem migra em busca de espaço e com o seu eleitorado cada vez mais minguado.
Fosse ao divã e o PT e muitos petistas poderiam ser diagnosticados com inúmeros transtornos comportamentais e de personalidade, desde mitômano, passando por verborreia e chegando no autismo. Transtornos de personalidade envolvem principalmente problemas com identidade e senso de si mesmo – inclusive não reconhecer sua própria pequenez diante de uma realidade que não consegue alterar, que é o caso do resultado das eleições.
Será muito divertido acompanhar as reações futuras dos derrotados, porque elas apontam para a repetição da estratégia de negação que fez o PSDB, por exemplo, acumular derrotas e fracassos eleitorais.
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