Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

Ao liberar entrevistas de um condenado, STF revela “paixão” por apoiar a impunidade

por | 19/04/2019 | 0 Comentários

Liberar entrevistas de Lula foi uma forma solerte e covarde de mostrar que para os doutos togados, não há limite para o desrespeito pela sociedade. Para gáudio da bancada da chupeta e da mídia

Confesso que em um primeiro momento acreditei que havia por
trás do recuo de Alexandre de Moraes a percepção de que o mesmo havia extrapolado
sua função de cão de guarda do Toffoli. Pensei até mesmo que o ex-advogado do
PCC de repente poderia ter reconhecido que cometeu um erro e que esse seu ato
na verdade em lugar de proteger a vetusta casa, a desnudava para o escárnio e a
execração crescentes por parte da sociedade.

Mas seria esperar demais um gesto de contrição de quem se
pensa acima do próprio Deus e que atua guiado por instintos nada cristãos e
muito menos ainda republicanos.

Durou pouco, muito pouco, o entendimento de que aquela casa
de repente tivesse entendido a frase de Ruy Barbosa e, numa revelação da
compreensão de que era necessário antes de mais nada preservar aquela casa do
escárnio e do desprezo popular, aceito a realidade de que também eles são
passíveis de erros, de equívocos e de açodamentos.

Claro que o instinto de vingança e de ódio falou mais alto e
para contemplar o sentimento de descaso pela sociedade, a súcia mostrou
claramente que deseja, sim colocar fogo no País. Ao autorizar que um
contraventor condenado em 2ª Instância tenha o direito de conceder entrevistas,
o STF mostrou claramente que a turma que lá está, atua mais como despachantes
do caos do que como quem tem o compromisso de ser o fiel guardião da
Constituição.

Causa espanto observar o prazer com que aqueles iluminados
flertam impunemente com o desprezo pela Lei e pelo sentimento nacional que
sonha e deseja a construção de um país mais sério e justo – talvez por eles
próprios terem a compreensão de que em uma sociedade com essa base, eles não
teriam facilidade em se manter em cargos e postos para os quais,
definitivamente, não possuem nem competência e nem perfil ético.

Resta saber se o direito de conceder entrevistas será
exclusivo de Lula ou também para os demais delinquentes, traficantes e
criminosos condenados em 2º Instância – porque será uma injustiça liberar o
Lula e proibir que Fernandinho Beira Mar tenha o mesmo direito. Afinal de
contas, os dois assumiram condutas igualmente criminosas – e ao menos não me
consta que Fernandinho Beira Mar, tenha assumido os crimes a ele imputados.
Comportamento igual ao do chefe da cleptocracia petista.

É claro que isso vai gerar ainda mais pressão popular sobre
uma casa que hoje se resume a escombros onde sobressaltam os interesses do
crime organizado e da impunidade.

Tiroteio

– Definitivamente, o crime compensa. Depois de três anos
trancafiado, o ex-senador Gim Argelo parcelou a multa de R$ 7 milhões e deverá
estar livre em breve para voltar a delinquir. Preocupada com essa realidade,
petebistas querem manter ou até mesmo antecipar a convenção do partido na
esperança de higienizar a sigla no DF. Se com o ex-senador preso já era grande
a sua influência, com ele solto, sobra o temor daquilo que ele poderá aprontar.

– Com a rentrée de Gim Argelo. A política do DF terá fora
das celas ao mesmo tempo Arruda, Felippelli, Luis Estevão e Paulo Octavio. É um
time para colocar muita gente de cabelo em pé, mesmo para aqueles, tipo
Ibaneis, que não têm tantos cabelos assim…

– Ao que tudo indica, o ainda poderoso Sindicato dos
Bancários de Brasília terá um feito inédito: chapa única nas eleições para a
nova diretoria. Mesmo para uma base sindicalizada superior a 13 mil bancários,
a oposição não conseguiu reunir 45 nomes para a formação de uma chapa. A
principal suspeita é como os sindicatos estão com os cofres raspados, a estratégia
de sindicatos de tendências e grupos políticos aliados bancarem os custos de
uma campanha foi abandonada.

– Outra leitura aponta que, com o provável fim da unicidade
sindical, será mais barato fundar uma nova entidade do que disputar com quem já
detém o comando da máquina.

– Resta saber se esse cenário estará presente em outras
eleições de entidades “fortes” dentro do cenário sindical do DF, como no
Sinpro, Sindjus, Rodoviários e Vigilantes – porque não há como negar: uma
campanha eleitoral para sindicato envolve muito dinheiro – algo que parece
estar cada vez mais raro e escasso nos cofres companheiros antes abarrotados.

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