Até por conta da vida atribulada e cheia de contas para pagar, olhar o Grêmio jogar nem sempre é sinônimo de prazer
Já viajei para muitos lugares para assistir jogos do Grêmio e isso mesmo nos tempos no quais o meu time era uma draga sem tamanho. Já apanhei, levei chuva de mijo em estádios, comi cachorro-quente estragado e bebi cerveja quente. Nada, mas nada mesmo, impedia de ver o Grêmio. Já deixei de ir em casamentos. De ir em batizados. Já deixei de ir na Igreja. Já deixei de participar de festas.
Mas o Renato está conseguindo fazer com que eu nem pela TV assista algumas partidas. Uso um parâmetro nos dias de hoje para não perder meu precioso tempo: a escalação.
Quando eu leio a escalação e vejo que o Grêmio vai jogar com Bresan, Marcelo Oliveira, Kaio e ainda ter no banco Douglas… ah, melhor ficar comendo buxada de bode na feira do que perder tempo com essa figuras em campo. Não é nada de preconceito: é conceito mesmo! É como o sujeito que compra um relógio pirata e acha que aquele cosia parecida com um relógio não irá falhar na hora na qual ele mais vai precisar. Assim é o Bresan. Assim é o Marcelo Oliveira. Lembro que uma das primeiras partidas de futebol do Grêmio que vi foi quando o Grêmio tinha Jair, com 1,72, na condição de goleiro – era óbvio que, com aquela altura, só para futebol de botão.
Para mim, certo ou errado, mesmo a paixão de torcedor, é permeada de certas lógicas recorrentes. Claro que não foi Einstein, nem Benjamin Franklin, quem disse que a definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes – mas é uma citação correta e retrata bem o que penso em relação a determinados jogadores.
Porque, na minha lógica, a performance de um time nunca se dá pela média do seu melhor jogador, mas sim pelas possibilidades limitadas de seu pior jogador. E como no futebol a essência está na defesa, quando os piores jogadores de um time estão no sistema de contenção e defensivo, então o risco da vaca ir para o brejo é muito mais iminente.
Alguns dirão: ah, mas o Grêmio já ganhou jogos com o Bresan, com o Marcelo. E eu respondo: ganhou apesar deles. Mas quando o time fica mais limitado, a presença dessas figuras é nefasta, dá uma sensação de medo e certeza de derrota.
Não consigo entender os critérios e os amores que certos treinadores alimentam, como se fossem paixões inconfessáveis travestidas de convicções. Mas nunca entendi convicção na burrice, que para mim tem outro nome e outro sentido: birra. Orgulho e arrogância não ajudam em nenhuma profissão, em nenhuma função.
Parece que o Grêmio joga nessa tarde de sábado. Não sei ainda o resultado – e temo que mesmo contra um dos piores times do campeonato, daqueles que entram na competição apenas para “não cair”, como que reduzindo sua existência a sobreviver. De modo mambembe, mas sobreviver.
Um filho me alerta – cantando hosanas e aleluias – que ao menos hoje o Bresan não joga. E eu, apenas para fulminar seu ufanismo, digo que teremos de suportá-lo na terça…
Sem contar que a presença no time de figuras como os supracitados é letal para novos jogadores, que ficam queimados e marcados não por seus erros, mas por desempenho do Grêmio em face de “companhias”.
Pobre do Matheus, do Jean Pierre e de outros…
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