Até quando iremos terceirizar a nossa cidadania?

Definitivamente não sou saudosista, mas sempre é bom lembrar que eles foram ocupando os espaços públicos por conta do nosso comodismo e conformismo. Ao nos abstermos de participar da política porque ela é suja, permitimos que os sujos dominassem todo cenário. Ao nos resignarmos aos mantras deles e repetirmos que todos são iguais, nós apenas estamos fazendo o jogo deles. É hora de despertar. Deixar de ser mero passageiro desse barco chamado Brasil e participar de sua efetiva reconquista e reconstrução.

Ainda lembro quando escutei pela primeira vez a sentença: o nosso problema é que estamos terceirizando a nossa responsabilidade. Foi um choque e passou. Anos mais tarde, creio que numa das manifestações na Praça dos 3 Poderes em Brasília o catarinense Roberto Tarine, de São Miguel do Oeste, que estava no local, escutei dele outra vez a mesma afirmaçãoe passei a dar mais atenção a esta nossa predisposição anímica para deixarmos a nossa responsabilidade sob o comando e controle de pessoas que supostamente fariam o serviço pesado em nosso lugar.

E continuamos reféns disto. Veja alguns casos.

Queremos que Elon Musk compre a TV Globo porque somos ordinariamente viciados e dependentes da Globo e se o Musk comprá-la, poderemos olhar novelas, futebol, putaria em geral e o Jornal Nacional sem nenhum problema. Ou seja… alguém deve resolver nosso cabresto de adictos de uma programação marcada pela estupidez e emburrecimento.

Comemoramos a queda dos índices de audiência da Globo sem nos preocuparmos em estratificar estas perdas, porque a velha e emburrecedora TV perde público onde não interessa aos seus objetivos e continua hipnotizando e idiotizando o povo brasileiro, principalmente aqueles mais humildes.

Condenamos as insanidades e as besteiras dos artistas, mas fortalecemos seus engajamentos na redes sociais – onde nao importa se você os xinga ou os apoia, porque o que conta mesmo é quantos são e não quantos destes ali estão por amor ou por nojo. Mas o campo Conservador sente-se forte em fortalecer os inimigos e cheio de dedos para compartilhar algo emitido por um Conservador.

Execramos os jornalistas da velha mídia, chamando-os pomposamente de jornaZistas, militantes e toda sorte de desadjetivos, mas não cansamos de compartilhar seus equívocos – o que serve para fortalecer o engajamento de cada um…

Lutamos contra a manipulação, a doutrinação e a sexualização das nossas crianças desde a mais tenra idade, mas apoiamos a proibição de celulares em salas de aula – que na verdade servem como salvaguarda e defesa dos mais frágeis. Nos colocamos como favoráveis à proibição, defendendo a instalação de uma câmera em cada sala e logo devemos nos lembrar que imagens somem, máquinas não funcionam…

Queremos uma nova educação, mas entregamos nossos filhos para escolas, sem questionar quem são os professores, sem analisar seus currículos e sem perguntar aos filhos como é o ambiente escolar, o que o professor está ensinando e outros detalhes da rotina de uma sala de aula onde pessoas com distintas formações e culturas são jogadas em um ambiente onde o professor tende a ser uma espécie de senhor inconteste.

Esquecemos de ensinar aos nossos filhos as chamadas palavras mágicas e nos assumimos impotentes quando eles, voltando da escola, nos mandam calar a boca ou expressões menos decorosas que me abstenho de escrever em respeito à índole dos meus leitores.

Reclamamos do estado do nosso prédio, mas nunca temos tempo de participar das assembleias do nosso condomínio – porque a esquerda tem uma estrategia que objetiva desestimular a presença e a participação dos verdadeiros interessados.

Batemos no peito como sendo verdade absoluta que as eleições de 22 (e só as de 22) foram fraudadas e roubadas – e aqui um lembrete: TODA eleição tem fraude e roubo! – mas nos esquecemos que o verdadeiro antídoto para as fraudes está em um conjunto de ações como voto impresso, contagem pública dos votos na seção eleitoral, totalização nos Estados e principalmente fiscalização em cada urna do começo até o encerramento do processo. E mais: vote cedo, para que um mesário petista/esquerdista ordinário não vote em seu lugar…

Veja bem… 30 milhões não foram votar, mas é mais fácil terceirizar a responsabilidade.

O diferencial de 2018 não foi o algoritmo. Em 2018 não tinha o mimimi da Direita e nem este bando de isentões…

Vamos parar de terceirizar. Eles só crescem por nossa omissão…