Fica clara e definida a decisão do sistema de eliminar qualquer risco de algum candidato ou nome fora dos escolhidos possa almejar uma candidatura no futuro. Na verdade, apenas “candidatos oficias” serão aceitos e considerados
O cenário é simples e segue o roteiro já implementado em outros países que fizeram a opção pela esquerda institucionalizada: o sistema deliberadamente trabalha em nosso país para que não tenhamos nenhuma possibilidade de alternância do poder. Apenas nomes aprovados pelo stablishment passarão a ser tolerados – e a instância definidora não será mais a dos partidos, mas dos órgãos e organismos reguladores do processo eleitoral.
Não se trata de fantasia ou teoria da conspiração, mas a forma como as eleições foram conduzidas em 2020 e 2022, a visão hegemônica que norteia o grupo que tenta voltar ao poder, como parte de uma estratégia de conquista do país iniciada em 1985, não nos permitem qualquer tipo de otimismo ou de pensamento que não indique que, transferido o poder para a corja, a alternância deixe de ser uma alternativa. Ao menos pela via democrática.
Por isso é importante alertar àqueles que hoje até comemoram a truculência como salvo-conduto temporário: não se faz concessão para quem deseja o nosso pescoço. Lembre-se, sempre, que a visão hegemônica não se esgota e nem se encerra em si o processo de controle de tudo. E muitos dos que hoje se sentem aparentemente saciados, satisfeitos e realizados estarão entre os primeiros de quem lhes será tirado o que pensam ser seu quinhão eterno.
Por vezes a gente tem vontade de ter o condão de abrir a cabeça de certas pessoas para que elas possam entender o que está, cristalino e nítido, desenhado diante de seus olhos que nada vem e nada enxergam por conta da cortina de ódio que foi sendo imposta em doses diárias de estupidez e de ódio.
O que é mais assustador é que não adianta você gritar, vociferar e elencar argumentos e incidências históricas para mostrar os riscos e a gravidade do momento atual que vivemos. Há uma situação que se repete e que as pessoas teimam em desconhecer: aceitam a violência contra quem eles não conseguem vencer, sem se darem conta de que amanhã serão eles a estarem nesta condição. A menos que aceitem ser cooptados e passem a fazer parte dos silenciados.
Claro que o mecanismo tem muitos e fortes apelos para convencer esse segmento: dinheiro, poder e, em último caso, o compromisso de mantê-los vivos – quem sabe até como para provar que no mundo perfeito deles, há espaço para desajustados (porque é assim que eles nos veem e nos tratam).
É um quadro bizarro e eu acho graça quando me indagam: mas, Alfredo, como foi que os alemães se deixaram iludir por Hitler? Sem se darem conta de que o mesmo ocorre entre nós…
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