Bolsonaro tem o dever de abrir e revelar a caixa preta do Mais Médicos

A cada novo dia uma surpresa: quem antes tudo sabia e fingia nada ver, agora começa a mostrar a podridão do acordo

Por Alfredo Bessow

A cada nova rodada de vazamentos – de documentos aos quais a mídia já tinha acesso; dados aos quais os parlamentares e jornalistas que atuam como repórteres e analistas políticos já sabiam; que deputados e senadores pró e contra os governos de Lula e Dilma tinham conhecimento – percebe-se a grande mutreta que cercou a contratação de mão de obra escrava com nível de qualificação sem certificação por órgãos e organismos brasileiros para atuar no programa de assistência médica em regiões desassistidas.

E foi uma ação tão criminosamente arquitetada que o que se deduz é que as partes envolvidas atuaram como verdadeiros gânsters – travestidos de um senso humanitário para encobrir a pilantragem. É roteiro de um filme de terror, estrelado por verdadeiros lesa-pátrias – que deveriam se envergonhar do papel que cumpriram com desassombro.

Valeram-se inclusive de salvaguardas que servem para revelar o nível de conivência e irresponsabilidade dos agentes públicos do Brasil envolvidos. Para evitar os dissabores que tiveram aqui mesmo no Brasil em experiência anterior com uma expressiva deserção de médicos cubanos, desta vez os dirigentes de Cuba e do Brasil criaram grilhões emocionais, impedindo que os “médicos” viessem para o Brasil com seus familiares.

Feito traficantes e milicianos que submetem comunidades do Rio, São Paulo, Vitória, Porto Alegre e Fortaleza ao seu controle, fazendo as pessoas de reféns de suas ordens, desmandos e desejos, os dirigentes brasileiros se acadelaram e, em lugar de exigir respeito pela dignidade humana das famílias que se transformaram em presos cubanos, promiscuamente se tornaram cúmplices e coniventes com essa barbárie.

É preciso abrir e revelar todos os documentos, desnudar todas as tratativas de burlar a lei e as legislações, os tratados e os acordos espúrios, o modo de transformar o crime em algo “bom” e fazer com que os brasileiros que aceitaram ser partícipes de um verdadeiro crime contra a humanidade – sim, os dirigentes foram a favor de um regime de privação de liberdade! – sejam julgados.

Em tempo: voltarei a esse assunto mais vezes…