Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

Caminhoneiros entraram na conversa da CUT e quebraram a cara

por | 16/12/2019 | 0 Comentários

O oportunismo dos dirigentes cutistas encontrou campo fértil entre alguns “líderes” deslumbrados dos caminhoneiros. Da junção dessas duas insanidades adveio o esperado fracasso do movimento paredistas que tinha o objetivo de infernizar o Natal dos brasileiro

Talvez você nem
tenha tomado conhecimento, mas o movimento dos caminhoneiros embarcou numa barca
furada que pode ter comprometida sua ação futura quando seus efetivos
interesses estiverem em jogo e uma paralisação pode ser necessária. A “greve” armada
pelos ilusionistas da CUT com algumas lideranças irresponsáveis dos motoristas
autônomos partia do pressuposto de que haveria intensa adesão e dessa forma a
CUT, o PT e as esquerdas teriam enfim um troféu para brandir como se a vitória
fosse deles. E a derrota do governo Bolsonaro.

Como foi um
fracasso, a culpa recai sobre os trabalhadores que se deixaram levar pela lábia
de quem nunca trabalhou, de quem nunca fez nada de útil pelo Brasil. Que o
movimento dos caminhoneiros entenda que a CUT e agrupamentos de esquerda não
possuem nenhum compromisso que não seja com os interesses deles, enquanto
dirigentes, e jamais de uma classe trabalhadora com suas peculiaridades e suas
especificidades.

Meu sogro
costuma repetir uma frase que tem autoria compartilhada com vários nomes
ilustres. Como ele é uma pessoa culta, presumo que ele a tenha formatado a
partir do enunciado chinês segundo o qual “os sábios aprendem com os erros dos
outros, os tolos com os próprios erros e os idiotas não aprendem nunca”, em
linha com o que foi sentenciado por Otto von Bismarck para quem “os tolos dizem
que aprendem com os seus próprios erros, eu prefiro aprender com os erros dos
outros”.

Resta saber
qual estratégia que o pessoal irá utilizar para reconquistar a confiança e
recuperar o capital político que virou cinza depois da tresloucada aventura de
entregar de bandeja um movimento justo e com pautas legítimas nas mãos de
pilantras, de picaretas e de bandidos. Saber administrar um patrimônio político
construído a partir da base, com a percepção da importância de conduzir as reivindicações
com seriedade, sem se deixar iludir ou engambelar por facções criminosas é algo
que demanda sensibilidade política. Como dizia minha avó, a exemplo de todas as
avós: “Precaução e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém…”

Ao confundir
seis com meia dúzia o pessoal que roda o Brasil esqueceu que há uma barreira
intransponível entre a responsabilidade de quem, igual os caminhoneiros,
produz, trabalha e é também responsável por fazer o Brasil se movimentar e quem
tem na leviandade e na irresponsabilidade seu único compromisso frente a vida.

Observei a
reação das lideranças dos trabalhadores depois do fracasso e não foi possível
encontrar nenhuma palavra da CUT sobre a infantilidade da central em destruir
as lutas dos caminhoneiros. Quiseram faturar, pensavam em se dar bem e acabaram
revelando mais uma vez a perfídia que permeia sua ação deletéria, travestida de
luta em defesa dos trabalhadores.

O pastor Roberto
Kundzendorf Júnior da minha congregação Luterana aqui em Brasília costuma
referir-se a um livro imaginário da Bíblia, chamado Inventares. E lá, no
Capítulo 13 – Versículo 13 está sentenciado: há duas formas de aprender – pelo amor
ou pela dor. Ficou a lição de que se aliar com a CUT é optar pela dor…

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