A estratégia de manter um assunto em foco, como forma de pressão e realimentação, tem surtido efeito no sentido de gerar controvérsias
Por Alfredo Bessow
Pelo deslumbramento de alguns, a imprensa vem tendo seu trabalho facilitado na tarefa de disseminar supostas intrigas dentro do grupo de Bolsonaro. A estratégia é simples: pega-se um assunto – no caso Onyx, tanto a denúncia de recebimento de dinheiro, quanto o seu modo de agir – e busca-se de todos os meios ir realimentando ele. Qualquer que seja o foco da entrevista, sempre surgirá o questionamento: e coo fica o caso do Onyx.
E mesmo pessoas traquejadas, mas sem o convívio com os holofotes, acabam caindo na armadilha e voltam a realimentar o assunto. É um círculo vicioso e que já encontrou um gancho para ir gerando a sensação de desconforto das pessoas com o caso.
O ideal seria que a equipe tivesse tido um media training para saber como fugir dessas armadilhas. Na falta desse cuidado, poderiam observar como se portam pessoas que são especialistas em sair de situações de pressão – Wanderley Luxemburgo, Felipão e Renato Portaluppi são mestres na arte de definir parâmetros e de responder aquilo que querem.
Mas parece que existe uma vontade de manter a fogueira acesa – como se esquecessem que as labaredas sempre acabam tisnando quem muito alimenta a fogueira (ainda que alguns usem do hábito de repassar assuntos em off e que depois são reinseridos na pauta em on).
Por não delimitarem as respostas ao assunto que lhes convém, os próprios integrantes da equipe acabam esquecendo que a mídia não está interessada em informar. Ela está preocupada e comprometida em criar mecanismos para manter o futuro governo sob pressão – porque esse é o mecanismo para manter benesses. Que não são apenas receitas publicitárias…
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