Vivemos em um mundo onde o sistema vende a ideia de que para o cidadão ter mais liberdade ele precisa abrir mão do seu direito à vida. Aceitar essa insanidade depende de cada um de nós. Claro que a docilidade sempre oferece recompensas mais generosas…
Tenho dito sempre e continuarei nessa toada: um dos maiores benefícios de você ter um canal desmonetizado e desqualificado para a monetização é você ter direito para falar com mais liberdade. Mas hoje terei de concordar: não é este o pensamento e o agir dos algoritmos. Ou seja: sempre há alguém nos vigiando e temos que ter clareza que afrontar a estes inimigos ocultos nos cobra um preço verdadeiro. E, assim, muitos fazem contorcionismos vocabulares, buscando sinônimos como quem faz palavras cruzadas. Deste modo, para que consigam cumprir seus objetivos, tanto a censura quanto o controle social, precisam impor o medo. Condicionar mentalmente as pessoas para a submissão. Como disse uma velha amiga minha: é melhor obedecer do que lutar.
Ainda que eu não concorde, devo admitir que se trata de desafio cotidiano, mas não é o único.
Nos últimos dias tenho buscado entender as razões de uma queda na quantidade de net-espectadores durante o NA HORA DO CAFÉ. E olhando os supostos concorrentes eu me dei conta de que todos fazem um jornalismo no padrão global. Ou seja: o público brasileiro pode até sair da Rede Globo, mas continuará refém do estilo impessoal, de um certo ar solene e de superioridade. E me dei conta dessa realidade: é como se de repente as pessoas quisessem apenas uma dose diária de desinformação, não a contextualização e a interação.
Confesso que fiquei assustado com tal descoberta. Olhei programas nos quais os net-espectadores são tratados apenas como número, como mercadoria – sem ressaltar o aspecto humano. Claro que isso nem me bate a passarinha, mas é interessante observar como o público ficou pasteurizado. Idiotizado. Não vou citar nomes, mas apenas destacar que, para o grosso da população, convém mais que ela seja tratada como objeto e não como ser humano.
A despeito da descoberta destas realidades, não irei mudar. Não por não querer, mas por não conseguir. Não sou um produto que possa ser moldado pelas conveniências ou para agradar o público. Claro que eu preciso romper o shadowban e fazer o canal crescer outra vez, mas não será à custa de entregar minha alma para o diabo ou me adaptar a um padrão global que me tapa de nojo.
Porque a minha verdadeira consigna que jamais será abandonada: você pode não concordar com o que eu digo, mas eu tenho o compromisso de não silenciar.
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