Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

Condenado com rede social. Essa sim, uma situação que envergonha o Brasil

por | 27/08/2019 | 0 Comentários

Condenado por corrupção, tráfico de influência e outros crimes correlatos, Lula conta com a conivência e leniência do Judiciário que permite que ele mantenha campanha contra o Brasil nas redes sociais

Existem situações em nosso país que são muito estranhas,
bizarras e surreais. Aqui, bandidos, contraventores, traficantes e toda sorte
de criminosos desfilam impunemente. Lembro de um tempo no qual, de modo
ostensivo, bicheiros apareciam e eram tratados como verdadeiros mecenas das
escolas de samba do Rio. É no Brasil que os chefes do tráfico comandam, de
dentro de presídios supostamente de segurança máxima, suas redes criminosas –
valendo-se da conivência do sistema carcerário, da colaboração de “garantias constitucionais”
e da ausência de efetivos bloqueios do sinal do celular – para ficar em algumas
situações patéticas.

Tais anomalias já fazem parte da resignação do brasileiro em
“aceitar” o crime e ver no criminoso muitas vezes um aliado de parcelas da
sociedade – quer como protetor em casos de áreas onde a ação do Estado
inexiste, quer como fornecedor de produtos para consumo da elite.

Recentemente houve uma reportagem que depois morreu, sem ter
sido abordada junto a especialistas – como a mídia tradicional costuma fazer
quando quer que um assunto não morra. Diga-se de passagem, a mídia brasileira é
especialista não na arte de informar, mas de omitir – que o diga o caso do
menino Rhuan, vítima brutal de um crime pautado pela ideologia de gênero.

Mas tocar nos calcanhares dos santos da mídia é um risco –
que o diga o presidente Bolsonaro que externalizou um sentimento de nojo e
revolta para com profissionais “contratados” para dar palestras, como se fossem
figuras que tivessem algo a dizer, algo a ensinar. Na verdade, agora têm sim o
que ensinar: como “ganhar” dinheiro sem precisar trabalhar.

Qual o valor de uma crítica de alguém que no passado foi
pago para elogiar quem foi derrotado por quem hoje é criticado, atacado e
achincalhado?

Não atacam Bolsonaro por seus defeitos – e igual a qualquer
ser humano, ele tem muitos – mas por seus acertos, ainda que muitas vezes meio
sem querer, confiando seguramente mais no seu feeling pessoal do que em decorrência de avaliação ou análise de
conjecturas e cenários feitos por especialista.

No entanto, desde que uma parte da Justiça resolveu criar
vergonha na cara e passou a deflagrar a Operação Lava jato – que bem na esteira
de muitas outras operações da PF lá no passado e todas elas “abortadas” pela
falange que atua no STF – o Brasil e os brasileiros passaram a se deparar com
uma nova perspectiva: a retomada da soberania e do “controle” do Brasil, de
suas reservas econômicas, de suas fronteiras e do seu destino em suas próprias
mãos. E isso incomodou uma parcela minoritária da população que veio, ao longo
dos últimos 30 anos, sedimentando uma trajetória de conivência ideológica com a
usurpação sistemática do País.

Mas, igual a qualquer inflamação, a septicemia demanda
vários estágios. Alguém já viu ou já teve um furúnculo? Pois bem… Esse é o
estágio do Brasil: tínhamos um furúnculo (chamado de verme lulopetista) e todos
percebiam que o organismo emitia sinais de expulsão quase que extemporânea do
pus, como defesa natural. Em 2018, o povo resolveu que era necessário expulsar
o carnegão do furúnculo. No entanto, esse furúnculo pestilento já havia
esparramado pelo organismo outros pequenos focos infecciosos, que expelem pus e
que aos poucos serão também extraídos.

O processo é longo, cotidiano e precisa ser encarado de
frente, porque “o furúnculo é o estágio avançado da foliculite e, ao contrário
do que algumas pessoas pensam, nada tem a ver com espinhas. A foliculite surge
quando bactérias entram em um poro e atacam os tecidos do folículo piloso – a
base do pelo”. E como se faz para ficar livre? “A saída então é usar uma pomada
com antibióticos e, em casos mais graves, antibióticos por via oral” – e foi
assim que os brasileiros começaram a se livrar de tais bandidos: nas ruas,
gritando (via oral) e suando pomadas (votos).

A reação do crime organizado em vários níveis era inevitável
– e aqui cabe sempre lembrar o que aconteceu com a operação Mãos Limpas na
Itália. Uma ação coordenada entre segmentos políticos e parcelas significativas
do judiciário em suas instâncias superiores, a partir do 2º Grau (Lei contra o
abuso de autoridade, censura, proteção de criminosos, liberdade de corruptos,
etc) passou a acontecer de modo permanente, contando com a cumplicidade da
mídia, ela própria um furúnculo.

Mas nada, nada mesmo!, supera o fato de que só no Brasil um
criminoso condenado em 3ª Instância continua gozando de prerrogativas de
pessoas livres: condenado, não está na cadeia, mas em uma sala da PF e custando
cerca de R$ 300 mil por mês dos contribuintes (além da manutenção de todas as
mordomias como carro, seguranças, assessores, etc igualmente pagos pela
sociedade); condenado, não segue a rotina das visitas dos demais condenados do
sistema carcerário nacional; condenado, faz da sua cela um espaço para atacar
adversários, tentar denegrir o Brasil e suas instituições.

Diante de um quadro assim, surgem as perguntas:
Como pode um bandido (e o termo compreende ao menos 33 sinônimos, mais de 90%
diretamente imputáveis ao Lula) se manifestar cotidianamente por redes sociais?
Como pode um bandido conceder entrevistas que usam não para defender-se, mas
para atacar – uma vez que é entrevistado por amestrados?
Como pode encontrar tanta cara de pau para “defender-se” do indefensável?

Muitas vezes, a realidade do Brasil é cansativa para quem é
honesto, porque há parcelas que preferem conviver com a criminalidade e a
impunidade do que viver com dignidade.

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