Embalados por levantamentos anteriores, petistas esperavam que o Ibope mostrasse a aproximação com Bolsonaro
O crescimento da candidatura de Haddad em levantamentos anteriores criou entre muitos petistas a expectativa de que ele até mesmo pudesse passar Bolsonaro no levantamento do Ibope – até porque os dados foram coletados no fim de semana e houve muito barulho na mídia com ataques sistemáticos ao candidato do PSL.
Ao serem revelados, os dados caíram como se tivessem solto um saco cheio de marimbondos dentro de um quarto escuro – sem que os ocupantes soubessem onde está a porta. Até porque ao dissecar os levantamentos, ele apontou mais duas tormentas – além do crescimento de 4% nas intenções de votos do candidato da extrema-direita: crescimento de 6% entre as mulheres e o aumento de 11% na rejeição de Haddad.
Onde havia euforia, voltou a percepção do medo. O apego agora está na espera pelos dados do Datafolha, previstos para hoje. É como se, náufragos, esperassem a chegada de boas novas – mas elas teimam em não chegar.
Não sei até que ponto a insistência de manter as visitas de Haddad a Lula são benéficas eleitoralmente. Diria que elas ajudam a aumentar a rejeição do professor – bem como algumas manifestações nada felizes de próceres petistas, inclusive insinuando um eventual indulto ao ex-presidente.
E em lugar de algo positivo, o PT e seu candidato ainda precisam conviver com os excertos da delação de Palocci, cirúrgica e estrategicamente liberados pelo Moro – que muitas vezes parece mais um militante de uma causa do que um magistrado sobre o qual recai a responsabilidade de julgar. Fiquei com a impressão de que a decisão de Moro foi uma resposta à insinuação e Gleise de que se poderia aventar um indulto ao ex-presidente em caso de vitória de Haddad.
Essa semana será repleta de levantamentos – com maior ou menor credibilidade, que serão usados de modo a atender às necessidades de redefinir suas estratégias.
Os números do Ibope divulgados na segunda-feira, 1º, ainda mostram que o jogo irá para o 2º turno – ainda que eu acredite numa decisão já no dia 7 de outubro. Minha visão de vitória no 1º turno baseia-se no instinto do ser humano indeciso de votar naquele que está na frente nas pesquisas – inclusive com o chamado voto útil. Há, também, o eleitor que tem vergonha de dizer em quem vai votar – porque o voto de todos tem o mesmo valor. No caso do eleitor envergonhado, ele vale tanto para Haddad quanto para Bolsonaro.
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