Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

Infelizmente no Brasil não há imposto para cinismo e cara de pau

por | 16/01/2020 | 0 Comentários

O que me causa mais perplexidade e verdeiro nojo é saber que os mesmos que cobram honestidade, foram vestais e podres em passado recente

Se tem algo que
me fascina é a cara de pau das pessoas. Tem gente que ficou 16 anos direto no
poder, depois de ter se beneficiado do governo em outros 16, ou seja, mais de
30 anos levando vantagem e enchendo os bolsos e de repente, com a chegada de
Bolsonaro à presidência, essa turma se descobriu capaz de ter soluções para
tudo, para resolver os problemas que, a bem da verdade, eles próprios criaram.

É muito cinismo
de gente que hoje tem mais contas para acertar com a Justiça do que direito de
continuar a vociferar mentiras, a tratar a todos nós brasileiros como se
fôssemos apenas um bando de dementes.

Mas por que e
como eles continuam desfilando sua leviandade e sua irresponsabilidade em
espaços públicos e no exercício de mandatos eletivos? Basicamente porque existem
pessoas que gostam de ser enganadas e ludibriadas e, principalmente, por conta
da impunidade.

É de causar
nojo e repulsa essa coisa venal que nós vivemos em nosso amado Brasil. Têm
horas nas quais fica muito clara a compreensão de que a eleição de Bolsonaro,
por toda ruptura que ela representa com as práticas do campo da esquerda – que
é sinônimo de roubo, corrupção e podridão – serviu para soltar as amarras do
pudor e os bandidos e os vermes passaram a assumir a podridão de suas práticas como
parte do seu DNA. Sem constrangimento.

O que estava oculto
com a corrupção e a conivência com o roubo que era a marca registrada dos
governos de Sarney, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer parece que aflorou em sua
plenitude. É como se tivessem tirado a tampa de uma fossa e os podres – que são
os congressistas em sua imensa maioria – de repente, pela necessidade de
sobreviverem, passaram a assumir o lado mais venal e trataram de ir para o tudo
ou nada.

Observem que os
nossos doutos deputados federais e senadores perderam a vergonha e tratam de
todas as formas de buscar mecanismos para inviabilizar o governo Bolsonaro
porque ele não entregou a eles o comando de ministérios, a chave do cofre de
empresas públicas, a presidência de estatais. Esses verdadeiros bandidos
estavam acostumados a roubar sem piedade, desde o advento da Nova República com
Sarney, mas principalmente a partir do governo Itamar.

É a questão
mais simples e elementar: pegue um cachorro na rua e trate de alimentá-lo com
boa ração durante alguns meses e depois faça com que ele volte a se alimentar
de restos. Por fome, pode até comer – mas com certeza terá problemas
estomacais. Esse é o padrão de comportamento dos congressistas – algo que se
repete nas câmaras de vereadores e nas assembleias legislativas.

E você irá me
perguntar: existem, afinal de contas, políticos honestos? Conheço alguns, mas
não coloco minha mão no fogo por eles, porque políticos são iguais juízes de
futebol e goleiros: na hora agá… costumam falhar.

QUICANDO

Corpo a corpo
* Em Goiás, dois grupos ainda abrigados no PSL se enfrentam em disputa renhida
pela construção de candidaturas a vereador e prefeito. Uma das correntes, a dos
traidores, tem o Delegado Valdir capitaneando o trabalho que é basicamente
fisiológico. Enquanto isso, o Major Vitor Hugo, alinhado ao projeto do Aliança
Pelo Brasil do presidente Bolsonaro, tem contra si o tempo: precisa coletar
assinaturas, organizar diretórios e garimpar candidatos viáveis e
comprometidos.

Estupidez
* Quer dizer que Glen Greenwald, o produtor pornô que se traveste de
jornalista, se achou no direito de até mesmo determinar quem deveria
entrevistar o Ministro Moro no Programa Roda Viva? Esses esquerdistas são
ridículos e patéticos.

Um abandono bucólico cerca o espaço do cafezinho por esses dias

Imensidão
* Para quem está acostumado com a disputa frenética por uma cadeira ou uma mesa
no sempre concorrido cafezinho da Câmara, o cenário por esses dias é tão
tranquilo que chega a ter um silêncio constrangedor.

Vazio sem fim
* Exemplo desse período de recesso é o vazio dos corredores do Anexo IV. É difícil encontrar um gabinete que não esteja em obras – ainda que em alguns casos seja apenas desculpa para não ter ninguém trabalhando.

Comemoração
* Muitas pessoas dentro do governo Bolsonaro – principalmente petistas que foram mantidos em caros e que estavam na mira para serem mandados embora – felizes com o desgaste de Fábio Wajngarten, que dormiu chefe da Secom do Governo Federal e nada indica que terá como suportar o cerco por conta de relações contratuais de empresa por ele controlada com emissoras de TV. Ele era tido como “inimigo” dos remanescentes dos governos de FHC, Lula, Dilma e Temer.

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