Ao aceitar o convite, o ainda juiz Sérgio Moro indicou que a luta contra a corrupção e o crime organizado mudam de patamar
Por Alfredo Bessow
Ao aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar o futuro ministério da Justiça (e da Segurança), o ainda juiz Sérgio Moro tomou uma de cisão ciente de que ela terá repercussão no mimimi da oposição e, ao mesmo tempo, será mais um aviso “oficial” de que não haverá espaço para bandalheira.
E essa tem sido a posição de Bolsonaro, inclusive no tuíte de quarta-feira, 31, onde ele deixou claro para aliados, que ainda esperavam que ele passasse a mão sobre a cabeça ao modo da prática de “companheiros”, que o parâmetro de honestidade será definido pela Justiça.
Moro pode dar imensa contribuição no Executivo, ainda que seu estilo certamente criará áreas de atrito em um establishment que prioriza ritos e adora a morosidade de ações. Esse será, por sinal, uma enfrentamento que não apenas o futuro ministro terá de enfrentar, mas toda a estrutura governamental que hoje se apoderou da máquina burocrática do estado (no executivo, estatais, mistas, etc).
Há, ainda, um recado bem claro para a base aliada: os tempos mudaram e a banda que tocará a partir de janeiro será outra. Difícil é acreditar que parlamentares (deputados e senadores) acostumados ao toma lá, dá cá, aceitarão a nova realidade – inclusive resta saber como Bolsonaro irá tratar com essa prática lesiva à sociedade que é a fisiologia.
Até agora, os nomes da futura equipe de governo seguem dentro daquilo que Bolsonaro disse e assumiu durante a campanha. Pelo visto, quem terá trabalho redobrado será o futuro Chefe da Casa Civil para obter governabilidade sem transformar a “casa” em um balcão de negócios escusos como vem sendo desde o governo de Sarney…
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