Desde a segunda metade do Séc. XIX os dirigentes de partidos comunistas e socialistas buscam se organizar organicamente na tentativa de assumir o poder em escala mundial
A ideia de unir os movimentos operários e revolucionários de
esquerda de todo mundo está na essência da destruição dos valores democráticos e
é a ideia básica das chamadas “Internacionais” que foram criadas ao longo da
história de mortes, assassinatos, roubos e assaltos praticados em nome desse
suposto ideal.
A primeira delas, fundada em 28 de setembro de 1864 surgiu a
partir de uma reunião pública de lideranças esquerdistas de vários matizes de
alguns países. A reunião aconteceu no St. Martin’s Hall de Londres –
desembocando no surgimento da Associação Internacional dos Trabalhadores, mais
tarde redesignada de Primeira Internacional. Detalhe: a mensagem inaugural e os
estatutos foram redigidos por Marx.
Cabe destacar que no texto, Marx convoca as massas (de
manobra) operárias à ideia da necessidade de tomar o poder político, de fundar
um partido proletário e de assegurar a união entre os dirigentes de partidos
operários dos diferentes países. Ela deixou oficialmente d existir em 1876.
Na esteira do naufrágio da Primeira, surgiu em 1889 uma
entidade formada por partidos socialdemocratas e trabalhistas, integrada tanto
por revolucionários, quanto por reformistas, adesistas e oportunistas.
Naufragou por lutas internas em 1914 e ressurgiu com o viés de composição
política em 1923. Pode-se dizer que o trabalhismo do PDT e o discurso dos
chamados partidos de esquerda no Brasil se alinham ao campo da Segunda
Internacional: defendem bandeiras de esquerda para o povo, mas gostam mesmo das
benesses do capitalismo.
Na história das “internacionais”, há inclusive a chama
Segunda Internacional e Meia, de vivência efêmera e reduzida a espasmos de dirigentes
buscando espaço político para atuação e manutenção da proximidade com o poder.
Surge em 1919, idealizada por Lenin, a III Internacional –
agora sim amparada pela máquina e pelos recursos econômicos de “estado”. Era a
reunião dos Partidos Comunistas de vários países, inclusive do Brasil. Seu propósito
era claro: formar e financiar quadros dirigentes dos PCs, dentro da estratégia
de transformação em partidos revolucionários de massa. A sua bandeira era
defender o marxismo revolucionário frente ao que eles, os comunas, chamavam de deformações
oportunistas e revisionistas. A “Terceira” foi dissolvida em 1943 por Stalin.
A IV Internacional foi fundada por Trotski em 1939, 12 anos
depois de ser expulso da URSS e poucos meses antes de ser morto no México por Ramón
Mercader, agente da polícia de Stalin. Os herdeiros do trotskismo ainda hoje
sobrevivem em algumas partes do mundo, com designações regionais – como grupos
posadistas na Argentina e no Brasil (onde estão alguns mais oportunistas
agasalhados no PT). No emaranhado de siglas, todo mundo no campo da esquerda se
acusa mutuamente de traição e de oportunismo, em um balaio de gatos, cobras e
larápios que vai do PT, passando por PDT, PCB, PCdoB, PSB, e abrangendo Psol,
PSTU, PCO e algumas sopas de letras.
Dentro dessa visão de “unidade” é que é preciso entender o
surgimento do Foro de São Paulo, em 1990, como uma tentativa de organizar os
grupos políticos de um campo amplo de ação e de intervenção política – cerca de
100 partidos e organizações políticas de diversos países fazem parte de sua
estrutura. Inclui partidos social-democratas; de extrema-esquerda; organizações
comunitárias, sindicais e sociais; esquerda cristã, grupos étnicos e
ambientalistas; organizações nacionalistas e partidos comunistas.
Surgido de uma ideia do PT a partir da compreensão de Fidel
castro acerca da necessidade de uma coordenação política para ação e
intervenção continental, a paternidade foi atribuída a Lula – mas, sabe-se que
o agora presidiário não passa de boneco de ventríloquo de Zé Dirceu, na verdade
a única cabeça pensante do campo da esquerda, o Foro já teve 24 reuniões e a
próxima está prevista para acontecer entre 25 e 27 de julho em Caracas – sendo bancada
por ditadura assassina de Maduro. É bem provável que as despesas da delegação
da esquerdalha brasileira seja bancada com recursos do Fundo Partidário…
É óbvio que a ideia dos mentores do grupo sempre foi definir
estratégias de ação e de atuação política coordenada para a venezuelização de
toda a América latina. A nota do PT define os eixos programáticos do Encontro:
“Os principais eixos desse 25º. Encontro são “Pela Paz, Soberania
e Prosperidade dos Povos” e, neste contexto, os objetivos se concentrarão nos
temas da luta pela Paz na Colômbia, pela Paz na Venezuela e apoio aos Diálogos
da Noruega, pela Campanha Lula Livre e perseguidos políticos da região, pelo
fim do bloqueio econômico a Cuba, dentre outros. Também haverá seminários e
oficinas de trabalho da Juventude, Mulheres Afrodescendentes e Povos
Originários e de Parlamentares Progressistas, Diálogo entre o Foro e Movimentos
Sociais e Populares da região, bem como oficinas culturais e de comunicação”.
Sem dissimular, eles querem intervir ativamente nas
eleições:
“Apoio às candidaturas que representam os campos
progressista e de esquerda nas eleições presidenciais de outubro deste ano na
América do Sul: Alberto Fernández, na Argentina; Evo Morales, na Bolívia; e
Miguel Rojo, da Frente Ampla, no Uruguai.”
Ao menos para mim, não resta nenhuma dúvida que o Foro de
São Paulo segue o pensamento de um comando hegemônico, coordenado e de
intervenção na política de outros países a partir de um grupo dirigente e
ideológico. Nas conversas com pessoas que já participaram de tais encontros,
eles seguem os ideais desenhados por Fidel e Zé Dirceu que prevê, entre outras
ações, a desestabilização dos regimes democráticos para implantação de regimes
de esquerda – a partir da destruição dos valores ocidentais, a deturpação da
cultura, a ressignificação de padrões comportamentais e o ataque ao
cristianismo e seus valores, tidos por eles como impeditivos da “massificação”
das pessoas.
Do Brasil, além do PT e outros partidos que mandarão
representantes bancados pelo fundo partidário, devem estar presentes representantes
do MST, centrais sindicais, Une, Ubes e entidades ligadas ao campo da esquerda.
Em tempo: estima-se que o governo da Venezuela, onde o povo come lixo podre, morre por falta de energia e medicamentos básicos, deva gastar na faixa de U$ 14 mil por “participante”.
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