O grande inimigo do ser humano continua sendo a preguiça e a verdadeira necessidade de terceirizar suas responsabilidades. Os movimentos que buscam a reconquista da Europa pelos europeus se defrontam com esta realidade: um povo acostumado a tudo receber do “pai-estado”.
Tenho lido e mesmo vivenciado as muitas tentativas dos povos de vários países europeus que buscam se organizar, se mobilizar e conscientizar as pessoas de que AINDA é tempo de lutar por seus valores éticos, estéticos, morais e espirituais. Para alguns, o despertar dos europeus não bastará para conter a destruição que veio sendo implementada ao longo de décadas. Também creio verdadeiramente que será muito difícil e vejo o envelhecimento populacional como barreira. Mas o que mais impede a revolta é o comodismo do próprio povo.
Lembro das tantas conversas com o saudoso Janer Cristaldo na Quibelândia, icônico bar no centro de Floripa, na rua ao lado dos Correios. Lá, entre chopes cientificamente “tirados” pelo Fritz, muitas e muitas vezes fomos conversando sobre os riscos que a Europa corria de substituição cultural. E estou falando de 1984… Dizia ele que a França seria dos argelinos e outros povos porque a madame francesa e o emasculado homem francês – e não era esse o termo por ele utilizado – quer passear com seus cães pelas ruas de Paris e precisa de alguém para limpar a sujeira.
Ou seja: o comodismo do ser humano gerou pessoas cada vez mais moles e menos capazes de lutar por aquilo que é seu. Observe: sempre buscamos terceirizar nossas responsabilidades. E o exemplo europeu precisa ser levado em conta. Habituado a achar bom o alargamento do poder do “pai estado”, o ser humano AINDA não se deu conta de que cada vez que ele espera pela generosidade estatal ele, na verdade, está abdicando do seu direito natural de viver de acordo com os seus valores, suas crenças e suas esperanças.
Amigos… delegar a alguém, instalado em sala de ar-condicionado, que determine o que podemos ou não podemos ser, consumir e até por onde andar e como gastar o nosso dinheiro, é mais do que controle social. É negar-se.
E os europeus descobriram isso . Para alguns, tardiamente. Para outros, ainda em tempo. Claro que todo processo de reconquista implica em muitos desafios e o primeiro deles é sair da letargia, abandonar o comodismo e deixar de lado a desculpa de que “ah… mas sempre foi assim!” Será uma longa cruzada, mas com as redes sociais os povos descobriram que não estão sozinhos, que suas lutas replicam em outros povos, despertam mais e mais pessoas – ainda que a mídia continue na sua cruzada da desinformação e se apegando a narrativas depreciativas.
E a movimentação do povo europeu pode ser um alerta para os brasileiros. Ainda é tempo de enfrentar os tentáculos de um poder se alarga, mas ainda não conseguiu matar no povo o desejo e o sonho de liberdade.
Excelente matéria Alfredo.