Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

Para alguns petistas, Bolsonaro foi eleito pela minoria…

por | 29/10/2018 | 0 Comentários

É preciso tentar entender a lógica que permeia certos delírios – uma vez que o respeito pelo ser humano deve estar acima de tudo

Por Alfredo Bessow

Feito refém de um transtorno de personalidade, o PT e os petistas criam um discurso imaginário e, não satisfeitos de acreditarem nas maluquices engendradas, ainda querem que a patuleia aquiesça. É como se no mundo imaginário criado, fossem eles os entes puros a guiarem cegos em direção ao paraíso perdido onde não é preciso trabalhar, nem estudar e nem produzir.

Essa tendência a reinventar a realidade pode ser observada nos devaneios da ressaca pós derrota eleitoral que, para eles, adveio mais da inveja do que da consciência popular de todos os delitos cometidos por um grupo que alguns chamam de quadrilha, outros de aloprados, outros de deslumbrados – mas eu considero equivocado tipificar e rotular todos eles da mesma forma. Há muitos petistas honestos, mas esses ficaram engolidos pela realidade – quando não torpedeados internamente pelo chamado “fogo amigo”.

A mais nova fantasia petista é de que Haddad é o “dono” de 47 milhões de votos. Não sei bem se é estupidez ou insanidade esse tipo de argumento que quer reinventar a matemática, negando a lógica e optando pelo bizarro mundo paralelo onde o faz de conta é a norma.

Recebi de alguém que se apresenta como jornalista uma mensagem dizendo que o vitorioso na verdade é minoritário.

O cálculo é simples – ainda que a soma não alcance os anunciados 100%:

Eleitores no Brasil: 147 milhões (100%)
Bolsonaro: 57,6 milhões (39,1%)
Candidato do PT: 46,7 milhões (31,7%)
Brancos: 2,5 milhões (1,7%)
Nulos: 8,6 milhões (5,8%)
Abstenção: 31 milhões (21%)

Mas daí vem a obra prima que só a miopia diante da realidade pode justificar – ou quem sabe a lassidão mental de quem não é acostumado à realidade. Diz a análise profunda desse sábio – que deve viver às custas de dinheiro público – porque seria difícil imaginar alguém contratando alguém com essa incapacidade…

“É preciso respeitar a maioria! Está claro que 61% não querem o fascista – porque o seu apoio é de reles 39%”.

Confesso que fiquei rindo, porque me pareceu mais um roteiro de uma obra do Qorpo Santo – dramaturgo, poeta, jornalista, tipógrafo e gramático brasileiro que nasceu no RS lá pelos idos de 1829 – que sofria do monomania*….

Quer dizer que 100% dos que não votaram (brancos, nulos e abstenção equivale a 28,5%), são votos do Fernando Lula Haddad? Com base em qual estudo e análise, com base em qual metodologia de pesquisa alguém é capaz de escrever algo assim tão hilariante?

Quer dizer: descartou doentes, idosos, viajantes, pescadores, impossibilitados por milhares de razões e enojados pela política por tudo que o próprio PT e os demais partidos fizeram para desconstrução da política?

* Para facilitar o entendimento do termo, transcrevo o que tem na Wikipédia a respeito: Em psiquiatria, monomania (do grego monos, “um”, e mania, “loucura” ou “frenesi”) é um tipo de paranóia na qual o paciente tem uma única ideia ou tipo de ideias. A monomania emocional é aquela na qual o paciente é obcecado por uma única emoção ou por várias relacionadas a uma só; a monomania intelectual é aquela relacionada a um único tipo de ideia(s) delirante(s). No uso coloquial, a expressão monomania é frequentemente ligada a uma subcultura que o público em geral considera esotérica. Todavia, as diferenças entre monomania e paixão podem ser muito sutis e dificultar seu reconhecimento.

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