Ao abandonar a luta pela emancipação econômica da classe trabalhadora e focar na agenda identitária, a esquerda perdeu o trem da história e esse espaço político está sendo ocupado pelo pensamento Conservador na Europa e no mundo afora.
Faz muitos anos que tenho alongado meu olhar e minha atenção sobre a lenta movimentação do pêndulo politico da velha Europa tentando sair da esquerda que a levou para um beco sem saída graças ao islamoesquerdismo, e buscando um caminho de resgate nas forças dos cidadãos, com características culturais e históricas específicas em cada país.
Não irei aqui analisar as variáveis políticas dos muitos países, mas apenas destacar o fortalecimento de uma Direita que tenta frear as pautas identitárias, destacando as contradições deste monstrengo que colocou na mesma barricada a esquerda que defende a pauta LGBT e os muçulmanos que defendem a execução em praça pública de gays, lésbicas e outros que vivem seus vazios existenciais buscando acolhida em quase uma centena de gêneros.
A esquerda ainda conta com o parlamentarismo como uma forma de segurar o pensamento conservador, mas é uma questão de tempo – e aqui vale enfatizar a proposta defendida por Meloni e seu partido (FDI – Fratelli d’Itália): ao votar, o eleitor estará votando no 1º ministro e o partido mais votado formará o governo, independente de conchavos, acertos e trambicagens onde derrotados acabam formando governos pela avidez pelo poder, o que torna a negociação apenas um prenúncio de roubo e esbulho.
Isto posto, cabe destacar que a crise da esquerda está na falta de soluções para problemas que ela própria criou. O simplismo esquerdista na abordagem da realidade é um caso de perigosa junção dos delírios, da leviandade e da irresponsabilidade. E a questão é lapidar: a esquerda chega ao poder com a promessa de emancipação dos pobres, mas precisa mantê-los mais do que pobres, verdadeiramente miseráveis, para manter a ascendência sobre o emocional de grupos que se tornam tão frágeis ao ponto de se sentirem incapazes de sair do círculo da dependência endêmica dos favores e tentarem voltar a caminhar com as próprias pernas, voltarem a sonhar, a ter objetivos na vida que transcendam a cervejinha do fim de semana, o futebol na TV, a novela e alguma chegada ao cabaré.
A esquerda sabe que hoje seu eleitorado está centrado na elite e no lúmpen – uma categoria onde convivem desocupados, drogados, viciados, criminosos e aqueles que reduziram a própria existência ao nihilismo e aceitam trocar qualquer vestígio de dignidade por um auxílio estatal. Não é um contingente desprezível que em muitas cidades de vários estados supera o número daqueles que trabalham. Aumentar a faixa do lúmpen é fundamental para transformar a promiscuidade sexual e existencial em ideal de vida e a percepção que a continuidade dos benefícios depende da sua própria capacidade de aceitar uma vida sem sentido e sem objetivos.
Assim, a esquerda perdeu os pobres – que precisa tornar miseráveis. E ataca a classe média porque não consegue seduzi-la com a plataforma identitária. O pobre que vive e mora na periferia é antes de tudo um cristão, conservador, trabalhador e que não concorda com a pauta identitária. Entre os pobres – e isso tende a se fortalecer com a presença cada vez maior dos evangélicos e de uma guinada em setores da Igreja Católica – ter um filho gay não é motivo de orgulho, ao contrário do que acontece na elite onde isso é saudado.
Olhando para a realidade, o pobre não quer viver de favor e ele sonha em deixar para a descendência uma casa, uma melhor formação e uma vida digna a partir do próprio trabalho.
Ao abandonar a luta pela emancipação econômica da classe trabalhadora e focar na agenda identitária, a esquerda perdeu o trem da história e esse espaço político está sendo ocupado pelo pensamento Conservador na Europa e no mundo afora.
O pêndulo inexoravelmente irá para a Direita e a única forma que a Esquerda tem de impedir esse movimento é através de uma nova Guerra Mundial – que está muito mais próxima do que as pessoas podem imaginar.
Andam falando pelos corredores
- A possibilidade da chamada Direita formar uma maioria a partir de 2027 no Senado Federal está levando operadores do sistema a identificar candidatos confiáveis para neutralizar aqueles comprometidos com os anseios e desejos da sociedade.
- Valdemar da Costa Neto reluta em entregar o comando do PL para a ala bolsonarista, porque teme que aliados estaduais possam ser desalojados de seus postos de comando e de suas fontes de renda e de sobrevivência.
- Na Argentina, 10 mil servidores públicos estão em idade de se aposentar, mas querem se manter “ativos”, ainda que não façam nada. Governo Milei criará programa de aposentadoria compulsória e desta forma desinchar a máquina pública.
- Biden repete Ortega, Maduro e Lula e quer que Trump seja preso e fique inelegível – única forma de evitar que o loirão volte ao comando da Casa Branca.
- Poucas horas depois da espetacular ação do candidato Republicano trabalhando no McDonalds, chegou o troco: autoridades de saúde do governo Democrata estão com forte campanha denunciado contaminação dos produtos vendidos pela rede de fast-food.
- Bolsonaro pode até querer a esposa longe da política, mas ele sabe que Michelle será eleita senadora em 2026. Por qualquer que seja o Estado que ela optar.
Magnífico texto
A esquerda está sendo exposta, desmascarada, no Brasil e no mundo. Não se pode enganar todos o tempo todo . Uma hora a verdade aparece. É o que está acontecendo agora. A maioria das pessoas são conservadoras. Contra drogas, aborto, Ideologia de gênero, a favor da vida dos bebês no ventre materno. As redes sociais tem contribuído e muito pra desmascarar a esquerda, principalmente os comunistas que amam o que o capitalismo apresenta. Penso que em 2026 o Senado Brasileiro terá maioria conservadora, se Deus quiser. Deus abençoe nosso amado Brasil👊👊🇧🇷🙏🙏
Como sempre, tua opinião apresenta uma precisão cirúrgica. A janela de Overton, desliza em direção da direita mundo afora. E esse deslocamento fortalece ainda mais o pensamento liberal conservador, as entregas realizadas, satisfazem e demonstram que é possível dar certo, contrariando as narrativas da esquerda, e a Argentina de Javier Milei e a Itália de Giorgia Meloni são os maiores exemplos.
Parabéns pelo blog do Alfredo, pelo conteúdo e esforço árduo empreendido para a produção de mais uma ferramenta que é sem dúvida de extrema importância para todos.
Muito obrigado
23/10/2024
👏👏👏✅ Obrigada Sr Alfredo!
Como sempre: muito bem pontuado!
Dou ênfase no governo da Meloni, uma referência de mulher na política!
É para eleição no senado em 2026 eu voto do Alfredo Bressow para senador!
Coerente, atual e lincado na problemática da ausência de propostas reais da esquerda, acredito que também a inexistência de novos nomes, nova geração, para alavancar a esquerda(por culpa única e exclusiva dos anciãos petistas que não querem largar o osso), tudo isso contribui para que a direita e conservadores dominem o espectro político nós próximos anos. Seu artigo esclarece as possibilidades reais da nova direita e faz uma previsão encorajadora. Esperemos que tudo ocorra dentro do previsto.
O mal vai e volta na história da humanidade, mas jamais alcançará a vitória 👏
Muito obrigada Mestre por ser um dos poucos faróis jornalísticos em meio a esse mar de péssimo desonesto “jornalismo”.
Gostei muito sr Alfredo, aprendo muito com seus escritos.
Excelente análise. Só não concordo com – “Entre os pobres – e isso tende a se fortalecer com a presença cada vez maior dos evangélicos e de uma guinada em setores da Igreja Católica – ter um filho gay não é motivo de orgulho, ao contrário do que acontece na elite onde isso é saudado.” Penso que os filhos, independente da orientação sexual, se receberem da família (alicerce de qualquer pessoa) educação adequada, com base nos princípios e valores morais e procederem conforme as orientações recebidas, são sempre motivo de orgulho.