Convenhamos: se já é preciso ter muita paciência com a própria
estupidez, imagina o quanto precisamos ter de condescendência com a dor e a
estupidez daqueles que não se deram conta de que, agora, a juripoca pia de
outro jeito.
A sempre briosa Folha de São Paulo e seus braços econômicos
diversos publicou nesse fim de semana, usando outros veículos e outras bestas
humanas como fator de repercussão, uma
pesquisa que aponta uma “desaprovação” do Governo Bolsonaro de 30%.
Tirante algumas trapalhadas desnecessárias, mas plenamente
justificáveis em um governo que representa a primeira ruptura histórica efetiva
com o modelo social democrata de ser e de pensar que veio sendo sorrateiramente
implantado no conjunto da sociedade brasileira desde os tempos da tresloucada
aventura das guerrilhas urbana e rural, o governo Bolsonaro vai sim cumprindo
com aquilo que os seus eleitores esperavam e por aquilo que nele votaram.
A liberação da posse de arma é um deles. A inversão da
prioridade na política externa, é outro passo importante. Além disso, a
despeito de uma vigilância ferrenha de toda e qualquer palavra do presidente e
a condescendência da mídia tentando transformar o vice em uma figura mais relevante
que Bolsonaro, as reformas avançam no Congresso Nacional – tanto a da Previdência,
o Pacote Anti-impunidade e, depois, a reforma tributária.
Cá entre nós: 30% de rejeição é ficar no patamar histórico
que o PT e as esquerdas sob seu comando sempre tiveram dentro do espectro da
sociedade brasileira. É certo que existem pessoas que votaram em Bolsonaro e
que não estão contentes com o seu governo, mas isso é do jogo democrático.
Mas é preciso entender que a divulgação dessa pesquisa é,
antes de mais nada, uma ferramenta estratégica usada pela mídia, através do seu
braço político, para inviabilizar a aprovação do pacote da Previdência. E por
que isso é vital para o PT e a esquerdalhada? Porque se aprovar essa reforma,
haverá uma ruptura com esse Brasil onde o Estado quer cuidar de tudo e serve só
para atrapalhar – ao manter intacto um sistema de privilégios aos servidores
públicos, verdadeiros sanguessugas da economia nacional e surrupiadores do
dinheiro que o brasileiro paga na forma de taxas, tributos e impostos.
O PT hoje representa a vanguarda do atraso, o lado mais
perverso e obscurantista de um grupo de saqueadores de cofres públicos que tenta
impedir que o Brasil saia do mundo das trevas, da corrupção e da roubalheira
para onde, país e povo, foram empurrados por governos de cleptomaníacos.
Porque se o modelo personificado pelo PT e pelo PSDB em mais
de 20 anos de poder moldou um padrão de roubo e malversação de recursos
públicos, é claro que toda ruptura implicará a perda de privilégios de
segmentos políticos que só existem quando financiados e sustentados pelo
Estado. O PT e a esquerdalhada ao se posicionarem contra as mudanças, não luta
pelo conjunto da sociedade, mas sim apenas e tão somente pela manutenção de
seus privilégios.
Afinal de contas, quantas pessoas de esquerda você conhece
fora da máquina pública ou de empresas estatais?
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