Longa, cheia de auto-elogios, a carta é a revelação da personalidade doentia de quem vive em um mundo paralelo
Uma carta com todos os indícios de ter sido escrita por um ghost-writer circulou na noite de quarta-feira, 24. Nela, o ex-presidente Lula, condenado em 2ª instância e ainda não encarcerado, estando em sala da PF causando transtornos funcionais e ditando as normas de sua rotina de “presidiário”, destila a sua arrogância – super dimensiona feitos que a realidade já mostrou serem mais frutos de uma mente doentia do que reflexos da realidade, ataca setores do Judiciário (exatamente aqueles que não são subservientes aos seus quereres) e acusa meios de comunicação.
Bem no estilho de um velho carcamano que pensa o mundo composto apenas de pessoas cegas pelo discurso vazio e pelo carisma que a roubalheira desenfreada destruiu, Lula pede a união das esquerdas em torno do seu porta-voz. Seria apenas um delírio de alguém preso em uma cela e de onde dificilmente conseguirá sair não fosse o silêncio covarde, conivente e de vergonhosa cumplicidade dos meios de comunicação e mesmo do Judiciário.
A carta, cheia de erros, o coloca como vítima – sem nenhuma palavra de reconhecimento dos malfeitos, do fato dele comandar a roubalheira que surrupiou milhões e mais milhões dos cofres públicos em favor de seu grupo político. Ele que, agora, pede a união das esquerdas – que ele ajudou a destruir em nosso Brasil.
Entre as pérolas da vitimização, ele se mostra “indignado”, quando deveria estar envergonhado: “Para derrubar o governo da presidenta Dilma Roussef, em 2016, juntaram todas as forças da imprensa, com a Rede Globo à frente, e de setores parciais do Judiciário para associar o PT à corrupção”, choraminga ele – ignorando a delação de centenas de colaboradores.
Na longa carta onde só tem elogios a si, nenhum reconhecimento de erros, nenhuma auto-crítica e nenhuma indicação de mea-culpa de que os roubos e rombos causados por ações deletérias do governo sob seu comando e de extrema irresponsabilidade no uso dinheiro dos fundos de pensão dos Correios, da Petrobras e de outras empresas públicas é hoje uma conta que está sendo paga pelos próprios integrantes das categorias lesadas.
Como já foi dito, se a fala tresloucada de Eduardo Bolsonaro (em junho e divulgada agora) causou um alvoroço na mídia, a carta de Lula deveria gerar ainda mais indignação – assinada por um ex-presidente que foi condenado por corrupção, tráfico de influência – porque ela foi escrita para ser usada apenas com fins eleitorais.
Até quando a imprensa e o Judiciário aceitarão ser achincalhados sem reação por um presidiário?
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