Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

Eleição presidencial está definida? Três dados das pesquisas indicam que sim

por | 25/10/2018 | 0 Comentários

Muito mais importante do que os números em si, pesquisas revelam elevada taxa de fidelização dos eleitores de Bolsonaro e a convicção de vitória

Não sou estatístico. Sou jornalista e torcedor do Grêmio, além de Luterano. Assim, nada melhor do que falar com quem entende para compreender o que está acontecendo no cenário nacional com tantas pesquisas trazendo números desencontrados – fato que ajuda a misturar seis com meia dúzia e colocar todos os institutos no mesmo balaio de gatos.

É preciso entender que nenhum instituto tem como garantir que os dados são 100% correspondentes ao que vai acontecer na urna. Toda estatística trabalha com níveis de credibilidade e de possibilidade – porque, é sempre bom lembrar, que as pesquisas são retratos de um determinado momento. Mas, também, é recomendado lembrar aquela máxima de que estatística é a arte de forçar os números a dizerem o que as pessoas querem (no caso, os interesses de quem contratou uma pesquisa).

E isso demanda muitos fatores: o tipo de pergunta, a ordem das perguntas, a exatidão do recorte.

Vejamos como o Paraná Pesquisas explica seu método de pesquisa:

“Tal amostra representativa do Estado de São Paulo atinge um nível de confiança de 95,0% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2,0% para os resultados gerais. Para a seleção da amostra utilizou-se o método de amostragem estratificada proporcional, conforme o mapeamento do Estado em 15 mesorregiões homogêneas segundo o IBGE, considerando-se esta divisão geográfica como primeira estratificação. Dentro de cada mesorregião, agruparam-se os municípios em grupos homogêneos, procedendo-se à estratificação proporcional final da amostra. A Paraná Pesquisas encontra-se registrada no Conselho Regional de Estatística da 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 7ª Região sob o nº 3122/18.

A amostra é representativa dos moradores das áreas pesquisadas e foi selecionada em três etapas. Na primeira etapa realizou-se um sorteio probabilístico dos municípios onde as entrevistas foram realizadas através do método PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho), considerando a população eleitora com 16 anos ou mais residente nos municípios como base para essa seleção. Na segunda etapa, fez-se um sorteio probabilístico dos setores censitários, onde as entrevistas foram realizadas, através do método PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho), tomando a população de 16 anos ou mais residente nos setores como base para essa seleção. Na terceira etapa, a seleção dos entrevistados dentro do setor censitário, foi feita utilizando-se quotas amostrais proporcionais, em função das seguintes variáveis: sexo, faixa etária, escolaridade e nível econômico”.

É essa a base que, salvo engano, os institutos de pesquisa sérios, responsáveis e com credibilidade utilizam. Mas, por que, então, tanta discrepância? Pelos fatores de interesses de quem contrata, a ordem de perguntas, a não observância de alguns cuidados (por exemplo, pesquisar determinadas categorias – eu, por exemplo, quando perguntam a profissão e me identifico como jornalista, sou descartado por pesquisadores sérios – pesquisar casa com bandeira ou placa indicando determinado candidato, etc e tal).

Dito e copiado tudo isso, de onde advém a confiança dos especialistas de que a vitória de Bolsonaro é fato consumado? Não vem dos números conflitantes, mas de dois dados muitas vezes ignorados e outro que é volátil.

O primeiro dado é a fidelização do voto

Hoje, quem vota no Bolsonaro pode até votar em branco, por conta de alguma manifestação dele que não lhe seja palatável – mas não votará no PT de Haddad de modo algum.

Segundo dado é a convicção da vitória

Em todas as pesquisas, inclusive naquelas onde supostamente houve uma redução da vantagem de Bolsonaro, a convicção da vitória do candidato do PSL aumentou. O que isso quer dizer: esta questão é respondida por todos os entrevistados. Isso quer dizer que mesmo eleitores do Haddad acreditam massivamente na vitória de Bolsonaro.

Terceiro é a taxa de rejeição

Este é um balizador muito sutil e que pode variar dependendo de muitos fatores. Quanto mais o Bolsonaro vincular o nome de Haddad ao de Lula e ao PT, maior será a rejeição que o candidato petista irá “conquistar”. A rejeição de Haddad “diminuiu” nos últimos dias porque Bolsonaro precisou ficar na defensiva, explicando a bravata do filho, desmentindo as fake News de Haddad. Tanto assim que ele próprio retomou o ritmo de ataques ao PT, vinculando a sigla ao roubo e a corrupção e colando a imagem de Haddad na de Lula preso por malfeitos com dinheiro.

Mas…
tudo passa pelo eleitor ir votar no domingo…

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