Na reta final da campanha e para combater o desânimo da militância o candidato petista dissemina ter “no bolso” uma bala de prata
Na verdadeira guerra da informação e da desinformação que é a reta final de qualquer campanha eleitoral o vale tudo e o blefe é a norma, imagine-se a situação na disputa presidencial. Atribuem ao chanceler Otto Von Bismarck, também chamado de o o chanceler de ferro, quem teria dito: nunca se mente tanto quanto antes de uma eleição, durante uma guerra e depois de uma caçada.
É o que acontece hoje nas redes sociais e em espaços de apoio: o anúncio de que a campanha do PT tem em mãos uma bala de prata – imagem que advém do folclore e também presente na figura do Zorro, que usaria apenas elas, enquanto que Tonto, seu parceiro, ficaria. No folclore, a ”’bala de prata”’ é misticamente o único tipo de munição capaz de matar um ente superior e contra o qual o engenho humano e a habilidade natural não são suficientes para derrota-lo. Nem só de balas de prata sobrevive o imaginário popular – e, também político, porque em algumas culturas usa-se a imagem de flechas de pratas para matar alguns monstros.
Os operadores do Direito usam a expressão “pulo do gato” para identificar algo que será usado na hora decisiva e capaz de reverter uma situação desfavorável.
Mais do que se preocupar com a apresentação de propostas, a campanha de Haddad nos últimos dias tem se esmerado no apego às chamadas balas de prata: Haddad deixou e visitar Lula; Manuela foi na missa e comungou; mudaram as cores do material de campanha; tentou-se instaurar o caos com o fake news do whatsapp e inclusive coma tentativa de bloqueá-lo; Haddad passou a defender a prisão de empresários como forma de forçar uma delação premiada – que até pouco tempo era tipificada como uma forma moderna e impiedosa de tortura; o resgate de um vídeo onde o filho de Bolsonaro fala em fechar o STF.
A postura do filho de Bolsonaro é deplorável, até porque ficou soando muito mais como bravata de professor de cursinho querendo exibir-se a alunos. Claro que todos os olhos estão voltados a ele. Mas em entrevista o Zé Dirceu defendeu a redução do poder do STF “Primeiro, deveria tirar todos os poderes do Supremo e ser só Corte Constitucional”, disse ele em entrevista no dia 1º de outubro; e há também a manifestação de Wadih Damous (PT-RJ), deputado federal e ex-presidente da OAB-RJ, que em vídeo divulgado no dia 13 de abril de 2018 que “tem que fechar o Supremo Tribunal Federal”.
Agora, com consolidação de votos na casa de 95%, a campanha de Fernando Lula Haddad continua acreditando que tem em seu arsenal uma bala de prata capaz de virar o jogo. E usa essa imagem na tentativa de criar alguma expectativa de reversão do quadro, invadindo grupos pró-Bolsonaro e disseminando o boato.
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