Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

Deslealdade, a doença infantil da direita que adora o globalismo

por | 06/05/2019 | 0 Comentários

Fazer parte de um governo não é apenas aceitar ocupar um cargo, com suas benesses e com a exposição pública decorrente do mesmo. O mínimo que se espera é que os indicados saibam o que pensa o governo do qual fazem parte

A eleição de Jair Bolsonaro não foi apenas uma eleição que
rompeu com décadas de polarização artificial entre PT e PSDB, visto que os dois
pautam sua atuação pelo mesmo viés ideológico de convergência, partícipes de
governos de coalizão ampla – sem nenhum norte programático que não seja o de
saquear os cofres públicos, entregando migalhas para os segmentos mais
humildes.

A máquina que transformou governos de cleptocratas em
referência nacional foi azeitada com verbas publicitárias distribuídas de forma
cirúrgica para aliados, sendo que muitos destes consolidaram uma gordura que
permite que continuem defendendo, com reserva financeira acumulada, aquilo que
o povo brasileiro rejeitou nas urnas.

Nada contra esses segmentos, uma vez que apenas retribuem
com lealdade aos pagamentos já recebidos que incluem serviços futuros.

A chegada de Bolsonaro ao poder não foi apenas uma mudança de
nomes, mas sim uma nova proposta de ação e de atuação política. E o que é mais
estranho é perceber que existem integrantes do governo eleito com uma proposta
de ruptura e que insistem em resgatar antigos métodos, querem repaginar
práticas que já se mostraram ruins para o Brasil e maléficas para a
governabilidade. Acreditar que seja possível ter um governo com todos é uma das
características de quem jamais conseguiu entender o que aconteceu em outubro e
tenta se colocar como plástico bolha entre os cristais – quando não passa de
pano velho e roto que espertos alimentam para usá-los contra o próprio governo
e, depois, descartágoverno-los.

É preciso ter clareza: o globalismo não é um conceito
ideológico, mas uma estratégia de poder onde os valores pessoais são usados
como base de imposição de um projeto global de dominação da sociedade –
arrancando de cada povo seus próprios valores, tornando-o um conjunto sem valor
agregado a ser negociado por quem detém o controle que ele próprio criou (ainda
que ofereça a sensação de que a decisão da submissão tenha sido democrática e
coletiva).

O que alguns guindados do pijama funcional para uma posição de
destaque não conseguiram ainda entender e aceitar é que eventuais patentes adquiridas
e honrarias conquistadas não os tornam imunes a críticas e a questionamentos,
ainda mais se tais “adornos” forem usados como escudos contra críticas, contra
apontamentos pontuais de desvios e discrepâncias de atuação.

Querer bajular e agradar a mídia é resgatar uma prática que
existia nos governos de FHC e do lulo-petismo, aí incluindo Dilma e seu vice
Michel, que permitia a jornalistas “amigos” andarem livremente no 3º andar do
Palácio do Planalto, com interlocução direta e acesso privilegiado a
informações. A insistência de algumas figuras do atual governo que se sentem
seduzidas em manter relações inescrupulosamente promíscuas com a mídia,
alimentando-a com fofocas e disseminando informações com objetivos de
contemplar o fortalecimento de grupos e resgate de antigos acordos, é mais do
que uma deslealdade com a sociedade, é verdadeira afronta e traição ao que fez
de Bolsonaro presidente.

Tenho para mim que Soros, Lula, FHC e outros tantos nunca
foram “de esquerda”, mas espertalhões que se moldaram a um modus operandis que concede
as “socialistas” para os deserdados, enquanto que vivem, pensam e se refastelam
nas benesses que só o capitalismo globalista pode propiciar. Da mesma forma
vejo que muitos no atual governo de Bolsonaro jamais foram de direita, mas
apenas e tão somente sacripantas que viram na mudança de governo a oportunidade
de se refastelarem em alguma boquinha.

Eu acredito que aqueles que não entenderam o
resultado das eleições devem voltar para seus pijamas, lustrando suas
condecorações.

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