O silêncio de Bolsonaro e do seu entorno, a ausência de notícias confiáveis e a prevalência de torcedores em lugar de jornalistas faz com que palpiteiros disseminem a desinformação. Mas mesmo diante de circunstâncias que apontem para uma ação do governo contra a tomada pelo poder de um grupo de narco-criminosos, surge a indagação: e se nada for feito?
O silêncio de Bolsonaro para alguns é estratégico, para outros aponta a solidão e o abandono daquele que foi saudado por multidões como mito, há aqueles que chancelam suas atitudes como medo de assumir uma posição, sem contar os que tripudiam dizendo que os militares lhe deram uma banana e que por isso ele passa os dias sozinho, chorando pelos corredores do Alvorada, desamparado e sem receber nem ao menos a visita de ministros do seu AINDA governo.
Quanto pior e dantesco for pintado o quadro, mais ele irá aguçar a raiva dos que querem caçar os conservadores nas ruas, que querem proibir manifestações dos patriotas e que querem inclusive fazer com que a lei retroaja de modo a não deixar nenhuma vivalma que não seja aquela que vangloria o caos.
Nunca tive proximidade com Bolsonaro e minha interlocução é com pessoas que atuam em suas cercanias, não em assessorias diretas – mas que ainda assim acessam a informações e as processam com a capacidade moldada por longos anos de convívio com a psiquê e o DNA dos militares.
Diante da falta de informação de um lado e do ufanismo triunfalista das doidivanas obsequiosas da esquerda, surge a indagação que está na cabeça não só dos patriotas, mas também de quem se ufana de destruir sem piedade um país, dilapidando seus cofres e entregando suas riquezas à gula globalista e comunista.
A primeira questão é que se o Bolsonaro nada fizer, de uma hora para outra, mais de 70% da sociedade brasileira ficará órfã de representatividade – porque ninguém me convence que o candidato corrupto, tipificado como autor de delitos em cortes e apenas “descondenado” por conveniências e circunstâncias de domínio popular tenha condições, aptidão e capacidade de conduzir o Brasil segundo a vontade e às aspirações da sociedade.
Mais do que a orfandade de 70% da população, a este público restará uma sensação de traição e de abandono – afinal de contas, ao longo de mais de 50 dias, milhares de brasileiros passaram dias e noites de chuvas, sol e ventos diante dos QGs das Forças Armadas em um movimento jamais visto em nosso país.
Por falar em Forças Armadas, há uma sensação dentro dos Quartéis (e aqui uso de modo genérico referente às três armas, além de forças auxiliares), e falo de oficiais em outras Brigadas, Divisões que não estão dispostos a abrir mão do Brasil. Falam, inclusive, do descompasso entre o sentimento que há na tropa e o medo e o instinto de preservação de regalias e vantagens por parte de generais. Estes, não acreditam que o presidente nada fará e têm mais do que esperança de que as palavras por ele ditas e os compromissos por ele assumidos, não foram arroubos verborrágicos.
Mas tenhamos também a plena consciência e convicção: se Bolsonaro não fizer nada, não será por incapacidade própria. Se realmente estiver sozinho, sem quaisquer respaldos das FA, elas serão também as mais prejudicadas na sua credibilidade! Serão um aglomerado de soldados fantasmas, almas penadas que passarão para a eternidade sem qualquer condição moral! Serão zumbis fardados!
É óbvio que Bolsonaro não chamou ninguém para as ruas, mas também não tratou de desestimular os acampamentos, as manifestações e as demonstrações de apreço e de lealdade por parte da sociedade. Valeu-se do silêncio e de sinais que foram interpretados como instruções, como alento e como esperança.
Olhando do ponto de vista da cosia prática, se Bolsonaro nada fizer entrará para a história como? Movidos pela emoção, esses mesmos que agora juram amor logo em seguida destinarão igual carga de ódio e de desprezo. Mais intenso do que o amor é o desamor. Mais forte do que o aconchego de um abraço é a dor do abandono.
Por maiores e mais justificadas que possam ser as razões para nada fazer, a verdade é que ao abandonar a luta – e não adianta sofismar dizendo que a luta continua e que continuaremos juntos – Bolsonaro estará fadado a entrar para a história como um fujão, alguém que teve todas as condições de ser uma barreira e no final ofereceu-se como ponte para a tragédia de um governo que, definitivamente, não foi eleito pelo povo.
Olhando e conversando com pessoas, posso dizer que se Bolsonaro nada fizer, a sensação será de desamparo, de solidão e posso até mesmo dizer de medo. Não o medo covarde que nos induz à fuga, mas aquele sentimento que nos torna mais precavidos. Mas não nos acovarda diante de um desafio. É como alguém que, de repente, olha e vê que tiraram a escada e ele está seguro apenas por um pincel imaginário e olhando outra vez para baixo, observa bocas famintas querendo devorar a carne e a alma.
O que eu acredito é que se o Bolsonaro nada fizer, haverá uma ressaca cívica e muitos, além de traídos, se sentirão desesperançados – entregando os pontos de uma luta que, na verdade estará apenas começando. Não mais com o comando de Bolsonaro, que será um cadáver político vilipendiado pela esquerda e desacreditado pelos conservadores.
Se Bolsonaro nada fizer, será um novo momento político nacional – mas não haverá como controlar a pulsação de uma sociedade que, subitamente sem referência, irá encontrar um novo nome e rumo para conduzir a luta que estando latente hoje, certamente eclodirá. Se Bolsonaro nada fizer, alguém fará!
Mas continuo fiel não apenas às minhas convicções, mas de modo especial à compreensão de que o nosso presidente sabe da gravidade do momento que vivemos e como líder da maioria da população brasileira ele tenha a compreensão de que Deus NUNCA dá a um servo seu um fardo que ele não possa carregar.
Agora, o que nos cabe é esperar e confiar – sabendo que a desinformação tem sido uma ferramenta muito eficaz ao alcance das forças contrárias. Inclusive graças muitas vezes a nossa própria falta de convicções. E de fé!
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