Institutos seguram pesquisas do 2º turno: estratégia de mercado?

Ao contrário de anos anteriores, em 2018 as pesquisas do 2º turno demoram em ser divulgadas. Ajuste de números?

Em anos anteriores, os meios de comunicação já no dia seguinte apontavam perspectivas e tendências dos candidatos que foram para o round final. O que mudou para que em 2018 nada disso ainda tenha acontecido – passadas mais de 48 horas da definição de que o novo embate em 28 de outubro será entre Bolsonaro e Haddad?

Conversando com amigos petistas e bolsonaristas, a explicação vai em campos opostos, claro. O pessoal ligado ao Haddad teme que a divulgação de eventuais números com uma vantagem muita acentuada pro Bolsonaro servisse para desestimular qualquer tipo de mobilização e mesmo negociação política – em face da eminente derrota. Nenenhumd eles soube informar ou ao menos desmentir que se trata de uma ação orquestrada entre a campanha, meios de comunicação e institutos de pesquisa. O que escutei de mais contundente foi: “é uma questão de estratégia e todos nós sabemos que estamos atrás e precisamos criar fatos novos”.

O pessoal ligado a Bolsonaro, por sua vez, acha tudo muito estranho – mas se delicia com os fatos que o próprio PT vai criando para fortalecer a campanha do ex-Capitão. Contam que a visita de Haddad a Lula foi um recibo de ingenuidade e serve para alimentar o discurso anti-petista. Até mesmo o comentário tendencioso de Miriam Leitão, antiga militante comunista e que tem parcos conhecimentos de economia, tanto assim que pouco antes do estouro da bolha em 2008 ela fazia reiterados comentários contando da exuberância e solidez do sistema americano.

Para o pessoal de Bolsonaro, tudo é parte de uma estratégia.

Corre um boato de que uma pesquisa de intenção de voto para presidente no segundo turno das eleições será divulgada pelo instituto Datafolha nesta quarta-feira, 10 de outubro (10/10). O levantamento é encomendado pela Folha de São Paulo e TV Globo.

Cabe lembrar que Ibope, Datafolha, CNT/MDA e outros institutos erraram feio em seus levantamentos – talvez não na metodologia, mas para evitar que a eleição se resolvesse no dia 7. Nunca é demais lembrar que as pesquisas são feitos por empresas para empresas ou para partidos políticos…