Não só os meios de comunicação precisam entender a nova realidade, mas também nós profissionais de imprensa
Se não fosse as redes sociais, talvez funcionasse. Mas, agora, os tempos são outros. Já não há lugar para que alguém diga o que pode e o que não pode ser divulgado. Para o bem e para o mal.
Prova disso é o descompasso entre o mundo real, revelado pelos relatos de norte a sul pelas redes sociais, e aquele retratado pelos meios de comunicação – como se apenas meia dúzia de pessoas tivessem se manifestado.
Esse é o novo momento e para o qual, infelizmente, muitos meios de comunicação não estão preparados e nem interessados em conhecer. Eles ainda sobrevivem de um tempo no qual a verdade era escrita por eles.
O Brasil apenas está começando uma mudança profunda e caberá aos meios de comunicação entenderem como se dá essa dinâmica que traz novos agentes e novos segmentos para a arena – com voz e vontade próprias. Não será mais o reinado das minorias ruidosas e que por alianças e acessos exercitavam o “poder” de repercutir suas vontades, tornando-as supostamente demandas coletivas, quando não passavam de desejos grupais.
Não só os meios de comunicação devem entender o que está acontecendo, sob pena de perderem cada vez mais espaço e deixarem de ser referência como fonte de informação, mas também os profissionais – criados na velha escola de que são portadores da verdade.
Dizer que “alguns” brasileiros foram às ruas é negar aquilo que está sendo escancarado pelos relatos que mostram o que realmente aconteceu nesse domingo – um grito de basta, um clamor pelas mudanças e pelo fim da corrupção como prática político-administrativa e moeda que avilta a relação de empresários com entes públicos.
O reinado da desinformação foi morto pelas redes sociais. Resta saber quando os que perderam o trono se darão conta do tamanho do descompasso entre as suas vontades e seus interesses do que pensa, quer e defende o Brasil.
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