Se tem algo que impressiona é a leviandade de quem manipula a informação, revelando a total falta de respeito e de comprometimento com a verdade. O que há por trás dessa estratégia?
Eu tenho um
roteiro básico na busca pela informação: pesquiso no mínimo três fontes se for
notícia – e sempre que possível busco saber de onde veio e por qual meio essa reportagem
oi divulgada – e na medida do possível, privilegio mais a fonte primária,
digamos assim, em caso de uma discussão sobre uma obra ou acerca dos conceitos
de um escritor. Tenho vários amigos que se dizem esquerdistas e que nunca leram
nenhum autor, nenhum escrito – e se baseiam e se pautam, na vida ou em uma
discussão, por aquilo que alguém disse ou falou sobre a obra e/ou sobre o
pensamento.
Por isso o povo
da esquerda tem tanta dificuldade em formular algum conceito que vá além de
meia dúzia de palavras decoradas, de frases vociferadas como um remédio mágico
– capaz de acabar com todos os sintomas de burrice. Na medida em que no Brasil
enfrentamos uma ausência de um contraponto cultural, percebo muitos amigos do
campo conservador indo para o enfrentamento também no grito.
Soluciona? Com
certeza que não, mas ainda assim é melhor do que deixar apenas um lado falando
como se com ele estivesse toda a sabedoria e todo o conhecimento. É claro que a
montagem do discurso esquerdista é muito fácil, porque ele parte do pressuposto
de que a ele está reservado o papel de destruir. Não precisa formular, só
negar.
Observe o MST:
ele não quer a terra, ele quer destruir a propriedade privada, ele quer
destruir a propriedade produtiva – porque essa é a essência de tudo que parte,
de tudo que advém do chamado campo esquerdista. E o que me deixa mais perplexo
é observar, é saber que existem pessoas que chamam esse povo de “progressistas”.
De que tipo de
progresso estariam falando? Do progresso no avanço para destruir a sociedade,
porque esse é sim o grande objetivo do povo sombrio e que não se cansa de negar
a vida e, mais importante, que se dissimula de forma tão perversamente perigosa
que muitas vezes conseguem ludibriar alguns incautos.
Conheço bem a
forma como eles estruturam as suas estratégias de desinformação, porque
precisam disso para atingir aos seus sórdidos objetivos. Por conta do meu
ritmo, da correria do meu dia a dia, não tenho nem tempo e nem estômago para
olhar os noticiosos na TV – mas imagino as barbaridades que são veiculadas,
inclusive porque muitas vezes o próprio povo conservador acaba sendo divulgador
de coisas com as quais não concorda.
A verdadeira
disputa sempre será: qual o discurso, qual a opinião, qual a versão que ficará
no subconsciente das pessoas. Dentro dessa linha de raciocínio, a proposta
simplista da destruição e da negação terá prevalência sobre outra que requer
atenção.
Ser contra, sem
justificar e dizer por que, sem justificar seu ponto de vista na realidade, sem
precisar assumir a responsabilidade pela leviandade de ser “do contra”, sempre
será mais agradável aos ouvidos do que buscar a atenção e o apoio a uma
formulação que tenha como premissa a responsabilidade com o presente e o
compromisso com o futuro.
Fuja do
simplismo e da facilidade, porque a conta um dia chega e alguém terá de
pagá-la. Lembre-se: fuja do simplismo como os esquerdistas fogem do trabalho.
QUICANDO
Gente fina
* Mesmo nas férias, quem der um pulo no cafezinho da Câmara dos Deputados em Brasília encontrará uma das figuras mais fantásticas entre os profissionais de imprensa: o fotógrafo Edmildo Cirilo.
Muito barulho e entulho
* Por falar em Câmara,
o ambiente é de trabalho. No período do recesso, gabinetes entram em reformas,
paredes são abertas para reforço na fiação e melhorias. Pelo menos para isso,
não falta dinheiro.
Benefício ao Brasil
* Levando em conta que
muitos deputados e senadores irão disputar as eleições municipais, o correto
seria que eles renunciassem aos seus mandatos, assumindo em seus lugares os
suplentes. Dessa forma, os trabalhos no Congresso Nacional não sofreriam o
chamado recesso branco. Se bem que, se o Congresso não estiver trabalhando, é
bem provável que eles façam menos mal ao Brasil.
Saúvas
* Atribuída ao naturalista
francês, Auguste de Saint-Hilaire, que esteve no Brasil há um século e meio
estudando a flora brasileira, a frase “Ou o Brasil
acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil” se encaixa perfeitamente ao momento
nacional: ou o Brasil se livra do Congresso e de boa parte do Judiciário, ou
eles acabam com o Brasil.
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