Para não ficar na mão do Centrão, grupo fisiológico que é composto basicamente por congressistas – deputados e senadores – do baixo clero, Bolsonaro deveria priorizar a Reforma Política
Começa a sexta-feira, dia 15, com um verdadeiro vendaval
sobre o governo, com a disputa por nacos do poder e com as forças políticas que
se digladiam, definindo de que lado se posicionam em imbróglios palacianos.
Sempre foi, sempre será assim.
Enfim ontem o governo Bolsonaro liberou a proposta de
Reforma da Previdência, estipulando aposentadoria para os homens aos 65 anos e
para as mulheres aos 62 anos. Não sei e não li mais detalhes, mas é certo que
haverá alterações e acredito que a estratégia de estipular uma idade como
referência é exatamente para ter margem de negociação.
Ninguém duvida que a Reforma da Previdência é importante
para o País, para o equilíbrio das contas públicas e para evitar que entremos
em um estágio de insolvência. Sem a Reforma da Previdência continuaremos
vivendo em um país paternalista, onde o Estado se vangloria de ser bonzinho às
custas dos contribuintes.
No entanto, a Reforma fundamental é a reforma política – que
é uma necessidade nacional e urgente. A começar pela bizarra pluralidade de
partidos representados no Congresso Nacional que não respondem a um espectro ou
corte ideológico, mas sim a demandas, acordos e conchavos regionais.
O Governo Bolsonaro cometerá o mesmo erro dos governos de
FHC e Lula, se não atacar essa questão de modo sério, imediato e sem passar a
mão na cabeça de ninguém. Não estou falando na questão da Reforma Política por
conta dos laranjas apontados pela mídia como sendo exclusividade do PSL, quando
o próprio PT sempre adubou adequadamente o seu laranjal – de modo direto ou
alugando siglas aliadas, como, por sinal, já fizeram em 2002 ao literalmente
comprar o apoio de José Alencar, empresário da Coteminas e que estava com
imensas dificuldades financeiras. Ao “comprar” o passe de José Alencar, o PT
quis tornar a candidatura de Lula palatável ao segmento empresarial produtivo e
ao capital especulativo.
Mas, no caso do PT, fez e faz isso de modo impune e sem a
grita dos éticos de ocasião, pitonisas do futuro.
Para administrar o País com políticas sérias é preciso dar
um basta ao Fundo Partidário, mecanismo que torna a criação de partidos
políticos em um excelente negócio. E aqui em Brasília funcionam escritórios
especializados em angariar as assinaturas necessárias para atingir e alcançar
tais objetivos.
Ter um partido político virou um bom negócio, como ser dono
de uma igreja também o é. Inclusive, em muitos casos, os dois funcionam de modo
paralelo.
A Reforma da Previdência é importante para o mercado; a
reforma Política é fundamental para o
Brasil.
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