Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

O povo tem o direito de saber TODAS as bandalheiras dos governos petistas

por | 24/11/2018 | 0 Comentários

Não se trata de revanchismo, apenas uma cuidadosa radiografia de tudo de perverso que representou a experiência do modo petista de governar

Por Alfredo Bessow

Será preciso ter muito estômago e sangue frio para suportar as revelações dos desmandos e dos descasos praticados pelo PT e seus consorciados no poder ao longo dos últimos 16 anos, logo ele que sucedeu outros 8 anos de tucanato. Será um espetáculo enojante, mas necessário.

Nunca escrevi e nem aceito a tese de que o PT inventou a corrupção na vida política nacional. Mas é óbvio que o PT levou a prática a níveis de promiscuidade jamais atingidos em nossa nada edificante história de pilhagens e ataques ao patrimônio público. Foi algo tão estrondoso e abusivo que acabou despertando o senso de indignação da sociedade, algo sintetizado no viés anti-petista que hoje é um sentimento enraizado no povo.

Ao longo de nossa história, os dirigentes políticos sempre se esmeraram na arte de transformar o que supostamente é público e deveria ser usado para o benefício coletivo em algo de uso restrito e particular. Mas era uma coisa de trombadinhas. Era algo até certo ponto ingênuo.

Tenho a impressão que o PT, com sua prática de cooptação de antigos adversários através da permissividade de continuarem roubando e desviando verbas, puxou para a vala comum a imensa maioria da classe política. Isso é contraditório e revelador, porque a ideia que moveu boa parte do seu eleitorado seria a de que, uma vez no poder, o governo do PT teria um novo balizamento ético.

Em lugar de servir como alternativa de um novo modo de fazer política, foi seduzido pelo convite de chafurdar na lama. E fez com tal amplitude que hoje é complicado até mesmo acreditar na política como algo possível para pessoas honestas, para pessoas dignas. Basta observar que nem os partidos de centro-esquerda (PDT, PSB e outros) querem hoje se aliar ou alinhar com o PT – mesmo que seja em fotos.

E fica uma sensação de perplexidade e até certo receio do próximo capítulo desse espetáculo deprimente da revelação de novas sujeiras, novas malversações de recursos, novas práticas lesivas ao regramento jurídico nacional. Parece não haver limites para esse desnudamento ético, o esfacelamento moral da imensa maioria dos que estiveram no poder.

Hoje, a sociedade apoia a privatização não por ser a favor do livre mercado. Apoia porque tem a memória de todos os malfeitos dos últimos anos, a destruição do patrimônio moral das empresas públicas – que foram atacadas por verdadeiras gangues que faziam parte do grande consórcio da bandalheira. E a voracidade foi tamanha que destruíram fundos de pensão de todos os portes. Criaram estatais para cuidarem de coisas inexistentes.

Dilma, Cunha, Gleise, Lula, Gim, Palocci, Gedel, Aécio, Jaques… é difícil encontrar alguém que tenha passado pelos últimos governos e que tenham saído incólumes. Os que ainda não foram, não quer dizer em hipótese alguma que não o serão. Claro que há exceções, mas são tão poucas…

Mas há nomes que se tornaram figuras carimbadas e estão em todos os momentos da podridão petista – como se fossem os verdadeiros mentores dessa gesta macabra. Mais do que o partido em si, eles se transformaram em símbolo de práticas pérfidas e que tinham o único objetivo de se locupletar com o exercício do poder.

Fico imaginando o que virá à tona quando forem abertas as centenas de caixas pretas que hoje existem em Apex, em Bndes, no Itamaraty, no Basa, no Bnb, nas podres agências reguladoras – onde hoje, de modo apressado, o presidente Temer vai colocando a camarilha de saqueadores que estiveram com ele no complemento do mandato de sua companheira de chapa. Ao antecipar o retorno de “seus” médicos, na verdade Cuba antecipou a descoberta, por parte dos brasileiros, da grande trambicagem travestida de humanismo que havia por detrás do acordo.

Certamente será um espetáculo que causará nojo e perplexidade, mas é importante que a sociedade como um todo saiba o máximo possível do que foi a viagem tresloucada de um grupo que, e isso fica cada vez mais claro, não tinha nenhum limite para saciar a gula interminável por dinheiro.

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