O que leva alguém a dizer que é impossível sobreviver e manter a família com míseros R$ 19 mil líquidos por mês e um país onde quase 90% sobrevivem com até dois salários mínimos?
A semana foi tensa e reveladora de um país dividido entre um
modelo paternalista que nos acompanha desde o getulismo e uma proposta de
ruptura com esse padrão getulista e arcaico onde o Estado ainda tudo pode –
inclusive abocanhar boa parte da renda do trabalhador, tirar comida da mesa de
famílias com os impostos que pesam mais sobre o consumo das famílias mais
humildes e onerar os empresários – que muitas vezes sonegam e transformam o
imposto não recolhido em capital de giro.
Escolher um tema quando há tantos, soará discricionário para
quem estiver me escutando. Ainda repercute a revelação de Marcos Valério
apontando Lula como o mandante da morte do ex-prefeito petista Celso Daniel, o
enfrentamento no Congresso entre peesselistas e a ação política aparentemente
coordenada entre a Rede Globo e o governador Witzel com a disseminação de uma
informação que as duas partes adrede já sabiam ser, no mínimo, inconsistente.
No entanto, o personagem do Brasil nesses dias atuais é o
juiz Ralph Moraes Langanke, da comarca de Ibirubá (RS), que virou chacota
nacional ao revelar suas dificuldades pessoais em sobreviver com míseros 19 mil
reais líquidos por mês. Na verdade, ele reclama do fim do adicional de moradia,
um penduricalho imoral que o STF suspendeu liminarmente, mas que pode voltar,
inclusive como forma de pressionar o governo federal na permanente queda de
braço entre os poderes por mais poder.
Se já era aviltante escutar alguém reclamando por receber
mensalmente míseros 19 mil reais líquidos por mês e conseguir heroicamente
manter sua família com essa mixaria, descobriu-se que ele, na verdade, em julho
abocanhou 53 mil reais segundo seu contracheque e em agosto, mais de 40 mil reais
por conta de atender outras comarcas e diárias.
É perceptível o distanciamento de algumas pessoas do mundo
real – como se a elas fosse permitida viver uma realidade na qual tudo querem e
tudo podem, em detrimento de milhões de brasileiros que vivem e se ajustam às
condições que conseguem para sobreviver.
QUICANDO
– Azedou de vez o clima no PSL – sigla que historicamente
fez parte do chamado Centrão e cujo presidente, Luciano Bivar, tem uma
voracidade por dinheiro que assusta e constrange até experientes operadores políticos.
– Há denúncias que apontam o interesse de Luciano Bivar em
ter aliados de confiança nos diretórios estaduais e que o pedágio (taxa de
retorno) seria de 30%. Resumindo: para ter direito a ser “dono” de um
diretório, é preciso devolver 30% do repasse mensal do Fundo Partidário para o
bolso sem fundo de Bivar.
– Flamenguistas reclamando do quão salgados estão os preços
para assistir à final da Libertadores em Santiago do Chile. Por falar em
futebol, de qual a anta estúpida foi a ideia de realizar a decisão em um jogo
apenas?
– Por falar em futebol, fim de semana deve representar mais
um passo do Flamengo rumo ao título nacional. A disparidade técnica do time
carioca em relação aos demais clubes é imensa.
– Cresce no Corinthians o movimento para “impichar” o
petista Andrés Sanchez, que por lealdade a Lula e generosas doações ganhou um
estádio – que se revela verdadeiro presente de grego. A dívida se torna cada
dia mais impagável e o time cada dia pior.
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