Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

A nau dos loucos é uma bela alegoria para retratar oposição e mídia atuais

por | 05/02/2021 | 0 Comentários

Talvez nada retrate mais a insanidade da relação entre a oposição esquerdista e a mídia do que o cenário bizarro retratado por Bosch e descrito em tantas outras obras sempre com o mesmo viés da insanidade.

Reduzida em termos de representação parlamentar a uma base
que relembra os insanos que votaram contra o impeachment de Dilma e sem
expectativa de ressuscitar eleitoralmente em 2022 ou mesmo em 2026 – ainda que
seja mantido o sistema de votação eletrônico sem possibilidade de auditagem de
votos, o que é uma porta aberta para fraudes, barganhas e negociatas via
algoritmos e outras ferramentas – a oposição tem na mídia rancorosa,
negacionista e sofrendo com a sistemática falta de verbas e de credibilidade, sua
única possibilidade de sobrevida. O que é bem diferente de sobrevivência.

Quando eu penso no estágio atual da mídia sempre tenho todo
meu referencial guiado para a obra de Hieronymus Bosch, conhecida entre outros
nomes como Nau dos Insensatos e que a Wikipédia descreve genericamente como
sendo “um barco, sobrecarregado de ocupantes que estão se banqueteando com
comida e vinho, forma o centro do quadro. Está à deriva e já está muito longe
do continente. Seu mastro não tem velas, é uma árvore caducifólia de cuja copa
uma face demoníaca espreita. Em vez de remo, um dos ocupantes do barco segura
uma colher de madeira na água. Um bobo se senta bem acima e de costas para a
cena. Ele parece desinteressado, talvez entediado, como se ele, um bobo, fosse
menos tolo do que as pessoas que passam o tempo no barco de maneira viciosa e
blasfema. Um pequeno grupo se diverte, tentando pegar com a boca, sem usar as
mãos, uma espécie de pão que está pendurado. Algumas pessoas nuas estão na
água, onde um passageiro, ao fundo, vomita. Em meio à folhagem, uma coruja,
símbolo da sabedoria. No mastro, uma bandeira com um crescente, interpretado como
símbolo muçulmano – e portanto, não cristão – ou como uma alusão aos lunáticos,
ou seja, aos loucos, condenados a vagar em um navio sem rumo”.

A obra de Bosch é apenas uma das vezes em que uma nau dos
loucos foi usada como referência ou como alegoria, sendo comum a sua
identificação como parte da literatura ao longo da história, sempre com a
tendência de tentar mostrar grupos que buscam manter a vida e o viver bizarros,
perdidos no tempo como se ainda vivessem em um tempo que já não existe mais.

A mais recente ação desse grupo está na fantasia de que
ainda são representativos, de que ainda são decisivos para a vida nacional.
Alimentam-se mutuamente desse fetiche de que a eles – esquizofrênicos
oposicionistas e tresloucados jornalistas que atuam como seus porta-vozes –
tudo é permitido, inclusive fazer de conta de que ao terem os seus atos de falta
de civilidade tolerados eles pensarem e agirem como se isso quisesse dizer que
eles são aceitos e as pessoas concordam com a bizarrice de suas existências. A
falta de educação deles torna-os incapazes de compreender os atos de civilidade
e de educação dos outros.

Por isso, a resposta de Bolsonaro soa como a grande síntese:
Nos vemos em 2022.

Tiro-liro-liro

> Quando os Conservadores aprenderão a simplesmente
ignorar as manifestações de desespero de traidores e de quem precisa de
holofotes para tentar chegar vivo até 2022?

> Se não vai ter Carnaval, por que raios e o que
justifica a manutenção de mais um feriado inútil?

> No mínimo canalha a cruzada da esquerda contra a
indicação de Bia Kicis para presidir a CCJ da Câmara dos Deputados, ainda mais
sob os argumentos de “negacionismo” e outros absurdos. Para estes caras, bom
mesmo era a Câmara ser presidida por um figurante das listas de corrupção como
Botafogo… daí estava tudo em casa.

> Por falar nisso… quando as pessoas envolvidas com o
turismo terão coragem de discutir uma data fixa para o Carnaval e assim todo
mundo poder se programar com antecedência? Minha sugestão: 1ª terça-feira de
todo mês de fevereiro.

> Weligton Moraes, amigo de tantas conversas que
divergências jamais impediram, faz bem em ir às últimas consequências para reparar
as injustiças. É muito fácil atacar, agredir e depois pedir desculpas ou
escudar-se em sabe-se lá quais argumentos.

> As pessoas acreditam que a partir da semana que vem a situação fique normalizada em termos de credenciamento no Congresso Nacional. Na Câmara dos Deputados, a responsabilidade é da 1ª Secretaria, agora sob o comando de Luciano Bivar (PSL).

atualizado às 16h

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