Alfredo Bessow

Alfredo Bessow é um jornalista, radialista, influenciador e analista político brasileiro com mais de 40 anos de experiência.

A rachadinha, tal como a corrupção, revela a hipocrisia da esquerda

por | 24/06/2020 | 0 Comentários

Prática recorrente nas Câmaras de Vereadores do País, bem como nas Assembleias e Câmara Legislativas, no Congresso Nacional; em prefeituras, governos estaduais e em sindicatos – e até pouco tempo no Governo Federal – a rachadinha só virou “problema” agora como forma de atingir Bolsonaro

Para ser sincero, eu me divirto muito, mas muito mesmo com
algumas manias e modas que as pessoas vivem, assumem, defendem e usam como
bandeiras. E nem se importam se estas bandeiras são a negação de tudo aquilo
que vivem no mundo real, mas o importante é que carregam estandartes muitas
vezes para esconder a própria hipocrisia ou estupidez.

A bola da vez é a súbita descoberta que os políticos fazem
rachadinha – prática quase tão ancestral quanto a prostituição e que no
linguajar simples quer dizer: acordo entre quem tem o poder de nomear e aquele
que tem muitas vezes necessidade ou interesse em ser nomeado. É bem provável
que aí na Câmara de Vereadores de sua cidade e nas cidades vizinhas, é bem
provável que aí na prefeitura de sua cidade e de cidades vizinhas, bem como na
assembleia legislativa do estado essa prática seja institucionalizada e aceita.

Aqui no DF, por exemplo, corre em segredo de Justiça um
processo de uma ex-funcionária da federal Érika Kokay, petista e vociferante
defensora da ética. A ex-aliada denuncia através de depoimentos e recibos que a
parlamentar, uma das mais ativas da bancada da banda mais podre da política nacional,
abocanhava parte do seu salário.

É interessante observar que casos iguais a estes aqui em
Brasília e em muitas outras cidades do Brasil só acontecem quando o amor acaba
ou quando a vaga é perdida. E vou dizer mais: uma das razões de não aceitar os
muitos convites que me fazem para trabalhar como “assessor” é exatamente quando
chega a hora da negociação. Como vou trabalhar com 100% de empenho e
profissionalismo, claro que vou cobrar os 100% integrais da remuneração do
cargo. É óbvio que nem todos podem se dar a este luxo e confesso que eu sei o
preço que pago por certas manias e por certos pressupostos dos quais não
aprendi a abrir mão.

E você ouvinte irá me perguntar: mas por que raios fazem
todo este escândalo envolvendo as estripulias do filho presidente? Eu direi,
por ser filho do presidente. E você voltará a perguntar: mas por que não se
importaram com o enriquecimento ilícito dos filhos do Lula? E serei obrigado a
dizer que, na minha opinião, a mídia não passa de um bando de hipócritas.

Observem o caso do PT – e aqui poderia usar o PCdoB, o PSB
e todos, eu disse, todos. Está lá no Estatuto do Partido. Observem só que
maravilha:

“Seção
III – Da contribuição financeira dos filiados e filiadas ocupantes de cargos
eletivos e de confiança no Legislativo, Executivo e dirigentes partidários

Art. 184. Filiados e filiadas ocupantes de cargos
comissionados, eletivos, dirigentes partidários ou parlamentares deverão
efetuar uma contribuição mensal ao Partido, correspondente a um percentual do
total líquido da respectiva remuneração mensal, conforme tabela a que se refere
o artigo 187 deste Estatuto.”

E o estatuto inclusive determina o percentual da
rachadinha:

“Art. 187. A tabela das contribuições financeiras a ser
aprovada pelo Diretório Nacional, dos filiados e filiadas ocupantes de cargos
eletivos e de confiança no Legislativo e Executivo e dos dirigentes
partidários, deverá ser adotada por todas as instâncias partidárias e somente
poderá ser alterada por deliberação de, no mínimo, 60% (sessenta por cento) dos
membros do próprio Diretório Nacional.”

Observe, você que me escuta o que vou repetir: as
contribuições serão cobradas “dos filiados e filiadas ocupantes de cargos
eletivos e de confiança no Legislativo e Executivo”. Olha só que maravilha! E a
Justiça Eleitoral aceita um crime como parte de um Estatuto de um Partido que,
a bem da verdade, já deveria ter tido seu registro cassado?

E mais: os governos da ladroagem Lulo-petista implantaram
em nível mundial o maior, o mais escroto e venal sistema de rachadinha – que
foi o programa chamado “Mais médicos” onde o governo brasileiro – entenda-se, o
povo brasileiro – pagava o salário para Cuba, cujo governo ficava com a maior
parte, uma parte significativa era drenada para os cofres do PT e a menor parte
era paga aos cubanos que aqui chegaram como médicos – sendo que uma parte deles
era efetivamente composta de médicos.

Ou seja: uma prática que advém do submundo onde o cafetão
fica com boa parte do dinheiro que a prostituta ganha com seu corpo e que se
inseriu como prática cotidiana na política, de repente virou motivo de
surpresa.

Não tenho por que defender o Flávio Bolsonaro a quem nunca vi pessoalmente e de cuja existência não sabia. Mas não lhe soa estranhamente safadeza o fato de que na lista onde Flávio é apontado como beneficiário de R$ 1,3 milhão – deputado que mais amealhou dinheiro seja do PT e presida atualmente a Alerj, com uma cifra de R$ 49,3 milhão? O nome do anjinho petista: André Ceciliano. Duvida? É só pesquisar e descobrirá que enquanto você fala contra a rachadinha, os verdadeiros criminosos que sempre se beneficiaram dela, riem da nossa cara.

Assim fica mais claro para você?

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