As sucessivas derrotas de seus candidatos e de suas pautas baseadas na destruição de valores e na construção de uma sociedade comandada por eles, faz com que a mídia e seus profissionais se transformem em emissores de ódio
A eleição de Arthur Lira para a presidência da Câmara dos
Deputados (ele se torna o 3º na linha da sucessão presidencial) e a fragorosa
derrota de Rodrigo Maia e seu candidato Baleia Rossi serviu para açular mágoas,
dores e frustrações que vêm sendo impiedosamente impingidas à mídia e as quais fizeram
com que ela mergulhasse em um estado de depressão, angústia, mágoa e rancor tão
profundos e dos quais ela não consegue forças para emergir. Esse quadro advém
da sua perplexidade diante de um contexto que ela não aceita, de uma realidade
que ela teima cotidianamente em não admitir: o povo brasileiro não é o que ela,
a mídia, quer e precisa que seja.
E como não consegue nem aceitar a realidade que lhe é
adversa e nem mudar um quadro social no qual está inserida, a mídia pratica
aquilo que ela própria quer impingir como estigma aos outros: torna-se
sectária, excludente e melancolicamente negacionista. Quanto aos profissionais,
endeusados em suas verdades mumificadas, eles se mostram incapazes de refletir
algo que não esteja dentro dos regramentos que aprenderam nos tempos de
adestramento ideológico e se sentem seguros e assaz confortáveis apascentando
jumentos que os aplaudem como hábito adquirido em decorrência da consciência de
que é melhor não questionar para continuar sendo feliz.
Até hoje, e isso não acontece de modo dissimulado, mas de
modo claro e escancarado e raivoso, estes velhos profissionais, muitos deles
carcomidos pelo ódio e com poder de discernimento diminuído pelos efeitos
deletérios de anos de vícios e privações de racionalidade, tratam de destilar
linhas de raciocínio que mais lembram elucubrações pueris de mambembes que
caminham sozinhos em calçadas conversando com seus fantasmas do que
profissionais com a responsabilidade de transmitir qualquer tipo de informação.
Formulam teorias da conspiração que lembram velhas conversas que escutava nos botecos
em Porto Alegre no final dos anos 70, cheias de olhares misteriosos e silêncios
que em lugar de indicar algo, na verdade não queriam dizer absolutamente nada.
E muitos são personagens que emergem daquele tempo. Apenas
40 anos mais velhos. Apernas 40 anos mais destruídos pelo álcool e por desencantos.
Negam a vitória de Bolsonaro, buscando atribuí-la a fatores
sabe-se lá quais. Dizem que ela só aconteceu porque Lula – o maior ladrão que a
política nacional já conheceu – foi impedido de participar das eleições. Eu, particularmente,
quero muito que o verme esteja solto para que venha à disputa em 2022 para ser
surrado eleitoralmente, porque será engraçado saber onde ele poderá fazer
eventos, tal a repulsa e a ojeriza da sociedade.
Pois bem…
Mas os negacionistas somos nós, os Conservadores – porque buscamos,
lutamos e defendemos que tudo deva ser discutido com base numa realidade
palpável, não segundo os parâmetros que eles querem e que eles definem como os
únicos aceitáveis. Vejam o caso deste vírus maldito: apegam-se à ciência, mas
obliteram toda e qualquer discussão que não siga as suas regras, não aceitam
nada que não siga rigorosamente seus decálogos de empulhação. Exigem o
confinamento da sociedade, mas eles próprios buscam o convívio social;
trancaficam as pessoas em suas casas, mas defendem para si o direito ao lazer.
A negação da realidade é um recurso comum aos
esquizofrênicos e também uma porta de fuga que seduz e chama muitos para o
vício, abstraindo-os do mundo real. Me parece ser esse o quadro da nossa mídia.
Dominada pelo negacionismo, ela não se dá conta de que a consolidação da ideia
conservadora é um movimento que se constrói no dia-a-dia, da mesma forma que a
derruição entre nós dos preceitos esquerdistas, dos quais continuam reféns, se
transforma em adubo – que é o destino de toda merda em decomposição.
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