A regra deveria ser simples: se o deputado ou o senador ou o candidato a deputado ou senador quiser o cargo, que banque do seu bolso
Não sei se
você, estimado ouvinte que me acompanha aqui todos os dias sabe, mas tenho um
espaço no YouTube e se você ainda não está inscrito, inscreva-se:
youtube.com/canaldebrasilia. Pois bem… antes de produzir um vídeo, há todo um
trabalho de pesquisa, de busca de dados, de checagem de fontes e averiguação de
abordagens que um assunto mereça. Ainda assim, a gente acaba cometendo
equívocos – como no dia onde acabei sentenciando Sidney como a capital da
Austrália sendo que, desde 1927, este posto é de Camberra.
Na semana
passada pesquisei sobre o fundo partidário e o fundo eleitoral, dois mecanismos
que são anacrônicos e que precisam ser extirpados da vida política nacional. O
Fundo Partidário foi criado em 1965 pelo Castelo Branco, teve uma revisão em
1971 e foi confirmado na prostituinte de 1988, abrigado no art. 17, § 3º.
O Fundo
Eleitoral, outra excrecência tipicamente nacional, foi aprovado no dia 4 de
outubro de 2017 – numa manobra entre o PT e os partidos do Centrão. O PT estava
sem o dinheiro de empresas públicas e não podia mais contar com o dinheiro dos
sindicatos – que haviam perdido o malfadado Imposto Sindical.
Escuto pessoas
gritando contra o Fundo Eleitoral porque realmente é algo acintoso, mas eu
creio que esteja na hora de fazermos uma cruzada contra os dois fundos, porque
eles tiram da sociedade o dinheiro que será usado por deputados e senadores
para roubarem essa mesma sociedade que financiou sua eleição.
Se eu quero que
meu filho estude, preciso pagar, direta ou indiretamente, a escola, o material
escolar que ele irá usar e também transporte, alimentação, uniformes e tudo
mais. Se você que me acompanha quer investir na sua empresa e assim aumentar
seus lucros e melhorar de vida, você terá de fazer um planejamento, ousar em
termos mercadológicos, buscar capital de giro em fontes de financiamento e tudo
mais.
Se você que é
funcionário público e quer se preparar para um concurso melhor, você terá de
investir em material didático, em cursinhos e tudo mais – contando muitas vezes
com o apoio de amigos, familiares e aqueles que torcem e querem o seu bem.
Essa realidade
não atinge a classe política nacional que se esmerou na arte de pungar a
sociedade, fazendo com que ela, compulsoriamente, pague a farra do seu próprio
enriquecimento. Se o deputado ou o senador ou o candidato a deputado ou senador
quiser o cargo, que banque do seu bolso, que busque seus amigos traficantes,
negociantes e pilantras e através do dinheiro deles, vá exercer o mandato. Ou
economize ao longo do mandato, porque cada deputado federal ou senador tem, no
frigir dos ovos, bem mais do que R$ 200 mil por mês de modo direto ou indireto.
Que tratem de
economizar, de aplicar o dinheiro para que continuem usufruindo do cargo. E
falo nesse valor e nem penso em quantificar o dinheiro do suborno por obras e
emendas.
Se a classe
política quer fazer do exercício da política a sua profissão, que o faça. Mas
faça com dinheiro próprio e não às custas dos impostos que o povo paga. É hora
de despertarmos para a realidade e lutarmos pelo fim do fundo partidário e do
fundo eleitoral. Porque os dois são uma afronta à sociedade.
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